RAI Revista de Administrao e Inovao ISSN: 1809-2039
DOI:
Organizao: Comit Cientfico Interinstitucional Editor Cientfico: Milton de Abreu Campanario Avaliao: Double Blind Review pelo SEER/OJS Reviso: Gramatical, normativa e de Formatao
UMA ANLISE INTRASSETORIAL E INTERSETORIAL DO GRAU DE INOVAO DE EMPRESAS DE PEQUENO PORTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Breno Jos Burgos Paredes
Especialista em Administrao Financeira pela Universidade de Pernambuco UFPE
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
Guilherme Alves de Santana
Mestre em Cincia da Informao pela Universidade Federal de Pernambuco UFPE
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
Thiago Neves Cunha
Bacharel em Administrao pela Universidade Federal de Pernambuco UFPE
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
Jos Tomaz de Aquino
Bacharel em Administrao pela Universidade Federal de Pernambuco UFPE
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
RESUMO
O desenvolvimento da inovao nas empresas tem como alicerce o esforo da continuidade na gerao
de indicadores de desempenho. Entretanto, medidas e avaliaes realizadas em empresas
frequentemente so pautadas em objetivos e efeitos imediatistas, impossibilitando o esforo do
prosseguimento na gerao de parmetros. Para o processo de melhoria gradual do desempenho da
organizao, as avaliaes do grau de inovao devem ser contnuas. Diante disto, este estudo avalia o
grau de inovao (GI), o grau de inovao setorial (GIS) e o caracterstico de inovao setorial (CIS)
de empresas de pequeno porte (EPPs) pertencentes aos setores de indstria, comrcio e servios do
estado de Pernambuco, sob uma perspectiva de anlise intrassetorial contnua e intersetorial. Para
atingir este objetivo, houve aplicao do diagnstico Radar da Inovao em 90 EPPs, em trs
momentos distintos. Os resultados apontaram que o setor de servios demonstrou maior evoluo do
grau de inovao quando comparado ao de comrcio e indstria. O setor de comrcio apresentou
evoluo do GI em todas as dimenses, enquanto o setor industrial obteve acrscimos em apenas seis
dimenses do radar. Por meio do GIS foi possvel identificar as dimenses Relacionamento, Clientes e
Marca como indutoras nos trs setores analisados.
Palavras-chave: Inovao; Radar da inovao; Micro e pequena empresa; Grau de inovao setorial.
Uma anlise intrassetorial e intersetorial do grau de inovao de empresas de pequeno porte do estado de
Pernambuco
1. INTRODUO
As organizaes usam diversos indicadores para uma melhor compreenso do seu desempenho organizacional e do valor que produzem. Entre esses indicadores, a mensurao da inovao est cada vez mais presente na fundamentao de aes estratgicas, devido ao reconhecimento da inovao como fator crtico para o sucesso empresarial, ao passo que permite s empresas manterem vantagens competitivas (Carayannis & Provance, 2008). Desta maneira, a avaliao do grau de inovao um elemento essencial para a compreenso da dinmica da inovao de empresas, como tambm dos setores econmicos.
Os principais indicadores de inovao utilizados no Brasil englobam as patentes registradas, publicaes cientficas e recursos humanos (que exercem funes de cientistas e engenheiros em pesquisas). Ainda sobre as empresas nacionais, h ferramentas e pesquisas voltadas a mensurao do grau de inovao organizacional, entre elas, o diagnstico do Radar da Inovao, por exemplo, uma ferramenta que vem sendo aplicada em consultorias de inovao em empreendimentos de pequeno porte no Brasil.
Essa ferramenta permite analisar a evoluo do estado de inovao, que pode ser especfica (uma ou poucas empresas) ou mais abrangente (envolvendo setores e empresas de segmentos diferentes) (Oliveira et al., 2011; 2014; Oliveira, Cavalcanti, & Paiva Jr, 2013), podendo ser tambm intraorganizacional (dentro da organizao) e interorganizacional (alm das fronteiras da empresa) (Armbruster et al., 2008; Lara & Guimares, 2013). Neste sentido, possvel avaliar aspectos inerentes ao grau de inovao organizacional (GI) e ao setorial (GIS) e ao caracterstico de inovao setorial (CIS) tanto em nvel local ou nacional.
Neste trabalho, optou-se por avaliar o GI, o GIS e o CIS de empresas de pequeno porte (EPPs) pertencentes aos setores de indstria, comrcio e servios do estado de Pernambuco, sob uma perspectiva de anlise intrassetorial contnua e intersetorial. Dessa forma, o presente estudo possui as seguintes perguntas de pesquisa: como evoluiu o GI das pequenas empresas nos trs setores da economia pernambucana no perodo de 2012 a 2014? E quais as dimenses da inovao que potencializam a formao do grau de inovao setorial (GIS) e apresentam melhor desempenho e maior potencial de crescimento no perodo considerado?
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Breno Jos Burgos Paredes, Guilherme Alves de Santana, Thiago Neves Cunha & Jos Tomaz de Aquino
2. REFERENCIAL TERICO
2.1 Inovao
As pesquisas realizadas para a criao de inovaes sempre foram importantes para explicar o comportamento e o desenvolvimento dos mercados (Julien, 2010). Tidd, Bessant e Pavitt (2008) argumentam que a literatura sobre inovao atrela parte do sucesso econmico das organizaes implantao de medidas inovadoras em seus produtos e processos. No sentido econmico, a inovao completa quando ocorre uma transao comercial envolvendo uma inveno e assim gerando riqueza (Schumpeter, 1988).
A definio de inovao no mbito empresarial no simples, podendo ser encontradas explicaes distintas, porm de certa forma no so totalmente excludentes (Andreassi, 2007). Uma definio genrica pode ser sugerida pela seguinte equao: inovao = ideia + implementao + resultado, de modo que uma ideia s se transforma em inovao se for implementada com sucesso no mercado (Moreira & Queiroz, 2007). Outra definio pode ser encontrada na Lei de Inovao, Lei n 10.973/2004, que associa inovao a introduo de novidade ou aperfeioamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou servios (Brasil, 2004).
Alm da multiplicidade de conceitos e definies, a inovao pode ser caracterizada por tipologias variadas. Em estudo publicado no Manual de Oslo (OCDE, 2006), as inovaes podem ser enquadradas como de produto (bem ou servio), de processo, de marketing ou organizacional. J Andreassi (2007), destaca os cinco tipos de inovaes mencionados por Schumpeter (1988): introduo de um novo produto ou mudana qualitativa em produto existente; introduo de um novo mtodo de produo; abertura de um novo mercado; desenvolvimento ou conquista de novas fontes de suprimento de matria-prima ou outros insumos; mudanas na estrutura da organizao. No entanto, h quem classifique as inovaes de acordo com seu impacto no mercado, podendo ser do tipo radical e incremental.
Para este estudo, utiliza-se a abordagem da inovao organizacional que est relacionada s modificaes radicais ou incrementais nos processos de prticas de negcios na empresa, interna ou externamente, visando melhoria no fluxo das atividades organizacionais e posicionamento de mercado (Silva, 2013, p. 72). Ainda sobre a inovao organizacional, vale ressaltar que pode ser concebida nas dimenses intraorganizacional (dentro da organizao) e interorganizacional (relacionadas s novas estruturas ou procedimentos para alm das fronteiras da empresa, como relacionamentos com clientes e fornecedores) (Armbruster et al., 2008; Lara & Guimares, 2013).
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A implantao de medidas inovadoras nas empresas pode ser compreendida como um processo de aprendizado interativo baseado na tenso entre os indivduos e a organizao, sendo, na maioria das vezes, mais ou menos organizado nas micro e pequenas empresas (MPEs), pois uma pequena mudana gera outras, criando um turbilhonar, no qual surgem novos ciclos de mudanas, conforme ilustrado a seguir:
Figura 1 - Funcionamento espiral e turbilhonar da inovao em um bom nmero de MPEs
Fonte: Julien, (2010).
A inovao tambm pode ser um indicador utilizado por empreendedores para explorar a mudana como uma oportunidade para a diferenciao de um negcio ou um servio. Em quase todas as indstrias o funcionamento das organizaes est cada vez mais condicionado a sua capacidade de produzir inovaes (Ukko & Saunila, 2013). Assim, estes devem buscar fontes que indiquem o surgimento de uma nova oportunidade para que uma inovao tenha xito (Drucker, 2002).
O desenvolvimento da inovao nas empresas tem como alicerce o esforo da continuidade na gerao de indicadores de desempenho. Entretanto, medidas e avaliaes realizadas frequentemente so pautadas em objetivos e efeitos imediatistas, impossibilitando o esforo de continuidade na gerao de parmetros. Para o processo de melhoria gradual do desempenho da organizao, as avaliaes do grau de inovao devem ser contnuas.
Sawhney et al. (2006) argumentava que as organizaes que possuem uma viso limitada da inovao podem perder oportunidades de crescimento, enquanto a identificao e controle de uma maior nmero de dimenses da inovao pode proporcionar sinergia para provocar mudanas diante das intempries de mercado. Buscando o mapeamento dessas dimenses, os autores anteriormente citados propem o chamado radar da inovao que desdobra a inovao em quatro diferentes dimenses, a saber: (i) o que oferecido pela empresa; (ii) quais os clientes por eles servidos; (iii) os processos que a empresa utiliza para atender as solicitaes dos clientes; e (iv) os aspectos do mercado
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que interferem no que oferecido pela empresa aos clientes. A partir dessas quatros dimenses ncoras, existe o desdobramento de mais nove dimenses que compe o chamado radar da inovao.
O Radar da Inovao, por exemplo, permite uma avaliao contnua do grau de inovao. Este diagnstico baseado em estudos de Sawhney, Wolcoot e Arroniz (2006) e envolve treze dimenses: Oferta, Plataforma, Marca, Clientes, Solues, Relacionamento, Agregao de valor, Processos, Organizao, Cadeia de fornecimento, Presena, Rede e Ambincia inovadora.
2.2 Estudos de mensurao da inovao pelo radar da inovao
Conforme visto na seo anterior, uma ferramenta que vem sendo utilizada para mensurar o grau de inovao em pequenas empresas o Diagnstico Radar da Inovao, j que abarca mais dimenses que outros modelos de mensurao, possibilitando uma avaliao em um sentido mais amplo, segundo Oliveira et al. (2011). Dependendo da perspectiva de anlise, o referido diagnstico pode permitir uma anlise geral do grau inovativo de empresas, como tambm especfico das suas dimenses.
Sobre pesquisa especfica sobre suas dimenses, Santana, Paredes e Valente (2013) verificaram que as principais inovaes na dimenso relacionamento ocorriam atravs de aes em redes sociais, e especificamente, por meio de promoes, comunicao e divulgao dos produtos e servios de mdias como o facebook, twitter, skype e foursquare. Em estudo semelhante, mas na dimenso marca, Paredes, Valente e Santana (2013) identificaram que empresas do segmento metal mecnico estavam em nvel inferior a uma organizao ocasionalmente inovadora, consequncia da falta de planejamento de marketing e ausncia da preocupao por parte dos empresrios em proteger a marca da sua empresa.
Na medida em que o Radar da Inovao possibilita uma avaliao de dimenses especficas, tambm propicia anlises setoriais ou de uma nica empresa, possibilitando uma anlise abrangente ou uma anlise estritamente especfica. Sobre o primeiro tipo de anlise, Rocha et al (2011) avaliaram MPEs do setor de fabricao de mveis do estado de Pernambuco, e averiguaram semelhanas entre o comportamento do grau organizacional e o grau de inovao, confirmando a hiptese de que para MPEs existe um nvel mnimo de estrutura organizacional capaz de estimular a inovao no ambiente interno e que a estrutura da organizao tambm depende do ambiente externo. Silva Nto e Teixeira (2011) possibilitaram uma comparao entre o grau de inovao de MPEs da cadeia txtil-confeco da capital e do inteiro do estado de Sergipe. Os autores concluram que os resultados obtidos pelas empresas instaladas na capital Aracaju foram, de modo geral, superiores aos obtidos pelas empresas do interior do estado.
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Sobre pesquisas do grau inovativo de empresas, ressalta-se o trabalho de Paredes, Santana e Fell (2014) na anlise do grau de inovao organizacional em uma EPP do setor metal mecnico pernambucano que identificou que a evoluo inovativa da empresa foi resultante de aes voltadas ao desenvolvimento de logotipo e constituio de uma identidade visual, identificao dos principais gargalos na gesto da empresa, criao de novos canais de comunicao com o cliente e elaborao de estratgias para aperfeioar e padronizar os processos administrativos.
Entretanto, Oliveira et al. (2011) apontam que o radar tem uma limitao que no abordar as empresas levando em considerao a heterogeneidade dos setores a que elas pertencem. Por este motivo, os autores supracitados propem um novo modelo de mensurao da inovao, chamado grau de inovao setorial (GIS) e caracterstico de inovao setorial (CIS), que permitem avaliar o grau de inovao de empresas referenciadas com o seu setor de atuao. No GIS e no CIS, o resultado da inovao obtido em cada empresa permite compar-las em um ou entre setores, demonstrando se h possibilidade de uma empresa mediana em termos de inovao, mas situada num setor propenso inovao, ser considerada mais inovadora que a empresa mais inovadora de um setor com dificuldades naturais para inovar (Oliveira et al., 2011, p. 13). Utilizando esses mtodos, Oliveira, Cavalcanti e Paiva Jr. (2013) e Oliveira et al. (2014) puderam realizar uma anlise comparativa entre oito segmentos diferentes, possibilitando avaliar qual o mais inovador e qual era mais embrionrio.
Neste sentido, os estudos citados sobre mensurao da inovao por meio da utilizao do Radar da Inovao corroboram a consistncia da aplicao da ferramenta para aferir o estado inovativo de uma empresa. Por outro lado, o GIS e o CIS consolida tal tipo de mapeamento, pois demonstram os impactos provenientes da inovao por outras vertentes ainda mais confiveis.
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
A presente pesquisa se caracteriza por ser predominantemente quantitativa, pois busca a mensurao do grau de inovao de determinados setores econmicos e a identificao das dimenses relevantes para cada setor estudado. Para a realizao deste estudo, optou-se pela utilizao do mtodo de levantamento, pois possibilita a descrio quantitativa ou numrica de tendncias, atitudes ou opinies de uma populao, estudando-se uma amostra desta populao (Creswell, 2010, p. 178). Quanto aos fins, a pesquisa exploratria. Quanto aos meios, este estudo foi construdo a partir de uma pesquisa bibliogrfica e uma pesquisa de campo.
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A amostra da pesquisa realizada em campo foi de 90 EPPs, pertencentes aos setores da indstria, comrcio e servios, situadas na Regio Metropolitana do Recife (RMR), no estado de Pernambuco. A distribuio das empresas entre os setores ocorreu de forma igualitria, ou seja, cada setor foi constitudo por um grupo de 30 empresas, da seguinte forma: setor industrial formado por EPPs dos segmentos de plstico, metal mecnico, grfico, qumico e de refrigerao; setor comercial composto pelos segmentos de bares e restaurantes, padarias e de comrcio varejista em geral; setor de servios integrado por empresas como agncias de turismo, locadoras de veculos, empresas organizadoras de eventos e casas de recepo. A distribuio das empresas entre os setores foi realizada pela atividade principal dos empreendimentos, com base no Cdigo Nacional de Atividade Econmica (CNAE).
O instrumento utilizado para mensurar o grau de inovao organizacional das referidas empresas foi o diagnstico Radar da Inovao. O diagnstico composto por 12 dimenses propostas por Sawhney e Chen (2010) com o acrscimo da dimenso ambincia inovadora, sugerido por Bachmann e Destefani (2008), conforme o Quadro 1.
Quadro 1 - Conceituao e detalhamento das dimenses do Radar da Inovao N DIMENSES CONCEITO
1 Oferta Produtos oferecidos pela empresa ao mercado.
2 Plataforma Conjunto de componentes comuns, mtodos de montagem ou tecnologias
utilizados, analisando o modo de fazer e de prestar servios. 3 Marca Forma como a empresa transmite sua imagem ao cliente.
4 Clientes Pessoas ou organizaes que usam servios ou consomem produtos,
satisfazendo s suas necessidades.
5 Solues Combinao customizada de bens, servios e informaes capazes de
solucionar o problema do cliente.
6 Relacionamento Experincia do cliente, representando tudo o que o consumidor v, ouve,
sente ou experimenta quando interage com a empresa.
7 Agregao de
Valor
Forma pela qual a empresa percebe novas formas de captar e transferir valor ao cliente.
8 Processos Configuraes das atividades usadas na conduo das operaes internas da
empresa, a fim de produzir um produto ou prestar um servio.
9 Organizao Modo como a empresa est estruturada, relacionando as parcerias
estabelecidas com o papel e a responsabilidade dos colaboradores.
10 Cadeia de
Fornecimento
Sequncia de atividades que movem produtos, servios e informaes da origem entrega, abrangendo aspectos relacionados com a logstica do negcio.
11 Presena Canais de distribuio que a empresa utiliza para colocar seus produtos no
mercado, alm dos locais onde esses itens podem ser adquiridos.
12 Rede
Aspectos relacionados com a rede que conecta a empresa e seus produtos aos clientes, fazendo com que os recursos utilizados tragam uma comunicao gil e eficaz entre empresa e cliente.
Conjunto de ferramentas, processos e atitudes que promovem ou motivam os empregados a criar algo novo ou melhorias.
Fonte: Oliveira et al (2014).
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13 Ambincia
Inovadora
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Como visto, o diagnstico constitudo por 13 dimenses. Cada uma destas dimenses possui variveis que visam avaliar o nvel de ocorrncia de inovaes nos ltimos trs anos de existncia da empresa. Para cada varivel so atribudas pontuaes que podem variar entre 1 e 5, sendo atribudo valor 1 para uma dimenso pouco inovadora, 3 para as dimenses inovadora ocasional e e 5 para a inovao sistmica.
O radar foi aplicado trs vezes em cada um dos 90 empreendimentos, entre os anos de 2012 [buscando avaliar o grau de inovao inicial (R0)], 2013 [a evoluo do nvel de inovao aps a execuo de aes sugeridas (R1)] e 2014 (terceiro momento (R2)]. Para cada momento de aplicao do diagnstico, ocorreram as seguintes etapas: entrevista e aplicao do diagnstico, recebimento e tratamento dos dados, em planilha eletrnica do Microsoft Excel; clculo do grau de inovao (GI) da amostra; anlise dos extratos e comparaes, e; consolidao do material.
Aps a coleta dos dados, foram obtidas as mdias, os escores mximos e mnimos de cada dimenso por setor nos trs perodos de realizao do diagnstico (R0, R1 e R2). Em seguida, foram realizadas duas anlises: a anlise intrassetorial que se constituiu no exame dos acrscimos no grau de inovao (GI) mdio dos setores, ocorridos entre o R0 e R2, e; posteriormente a anlise intersetorial para o momento R2, baseada no clculo do grau de inovao setorial (GIS) e no caracterstico de inovao setorial (CIS) desenvolvido por Oliveira et al. (2011a, 2011b, 2014) e Oliveira, Cavalcanti e Paiva Jr. (2013), uma vez que permitem uma anlise mais analtica e crtica ao levar em considerao os elementos chaves que caracterizam as especificidades da dinmica de um setor.
Segundo Oliveira et al. (2014), a necessidade de utilizao do GIS e do CIS nasce da dificuldade do diagnstico radar de inovao em medir a inovao global e a heterogeneidade de cada setor. Ou seja, um lanamento de um novo produto para a indstria metal mecnica tem um impacto superior ao de um lanamento de um novo produto no segmento de bares e restaurantes, a depender do mix de produtos. Essas peculiaridades incrementam um diferencial na estruturao do GIS.
Diante da constatao da heterogeneidade dos setores, proposto o grau de inovao setorial por empresa (GIS), que definido pela Equao 1, a seguir:
Onde:
I. DMk o valor da dimenso da inovao k para o setor M; II. pk representa o peso das dimenses da inovao.
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Por sua vez, o peso das dimenses da inovao pk obtido atravs do seguinte modelo de otimizao:
Funo Objetivo:
Sujeito a:
Analisando a programao linear acima, a funo objetivo tem como propsito maximizar a mdia ponderada, composta dos pesos e os valores de cada dimenso de um setor. Como restries tm-se: a soma dos pesos deve ser igual a 1; cada peso deve ser maior ou igual a 0,05 (esse valor foi considerado para que nenhuma dimenso obtivesse valor zero na ponderao, ou seja, o valor de 0,05 representa o mnimo que uma dimenso pode ter). Por fim, a ponderao de cada dimenso de inovao (DMk.pk) deve ser menor ou igual a 0,5 para evitar que apenas uma dimenso se potencialize e iniba a ao das outras.
O caracterstico de inovao setorial (CIS), por sua vez, permite destacar as dimenses que apresentaram maior desempenho para determinado setor, por meio do uso das funes da atribuio das caractersticas da inovao setorial, caracterizando-se como uma ferramenta complementar ao GIS. Essa mtrica tem como objetivo destacar as distncias entre o valor mdio de uma dimenso que teve o melhor desempenho em determinado setor e os valores obtidos por cada dimenso desse mesmo setor. Ou seja, o CIS nos permite mensurar a distncia entre os valores mdios das dimenses em comparao ao benchmarking interno do setor. O CIS pode ser alcanado por meio da Equao 3:
Onde: I. Meddks o valor mdio ajustado da dimenso de inovao k para o setor s, e indica quo prximo ao benchmark o setor se encontra em alguma dimenso; II. Maxmedds o valor mximo dos valores mdios das k dimenso da inovao para as i empresas do setor s; e, III. dik o valor mdio da dimenso da inovao k do setor s.
O CIS mdio setorial (em forma de vetores) das 13 dimenses caracteriza-se pela seguinte
Equao 4:
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Para complementar a anlise, faz-se necessrio ainda identificar tambm o quanto cada dimenso deve se desenvolver para alcanar o seu valor mximo. Para identificar este potencial de acrscimo utiliza-se a mtrica 5 a seguir:
Onde: I. Maxdks o valor mximo ajustado das k dimenses de inovao para o setor s; indicando o quanto esta dimenso pode evoluir em relao ao concorrente do mesmo setor. Quanto maior o valor deste indicador, maior o potencial de crescimento da dimenso analisada; II. Maxdik o valor mximo dos valores das dimenses da inovao k para as i empresas do setor s; III. dik o valor mdio da dimenso da inovao k do setor s.
J o CIS setorial para as 13 dimenses analisadas pelo radar (tambm descrito na forma
vetorial) definido como sendo:
Apesar da inovao, no ambiente organizacional, ser caracterizada pelo processo de mudana permanente, a aplicao do GIS e do CIS no momento R2 possibilitou a captura das dinmicas e incrementos realizados de 2012 at 2014. Dessa forma, tem-se uma representao de um diagnstico preciso das dimenses no momento considerado e a composio de um grau de inovao que represente fidedignamente a realidade do setor.
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4. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS
4.1 Anlise intrassetorial
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A seguir sero discutidos os resultados relativos as 90 empresas dos setores da indstria, comrcio e servios. Portanto, sero apresentadas as mdias dos GIs das empresas por setor nos momentos R0, R1 e R2 (Tabela1), aps a implementao de aes inovadoras.
Tabela 1 - Mdias nos momentos R0, R1 e R2 da amostra de 90 empresas
DIMENSES INDSTRIA SERVIOS COMRCIO
R0 R1 R2 R0 R1 R2 R0 R1 R2
OFERTA 2,000 2,027 2,147 2,250 2,600 2,767 3,487 3,62 7
PLATAFORMA 4,467 4,500 4,500 2,733 3,367 3,733 4,300 4,43 3
MARCA 3,100 3,400 3,733 3,533 3,900 4,000 3,533 3,86 7
CLIENTES 2,204 2,271 2,341 2,713 3,320 3,747 2,330 2,70 3
SOLUES 1,833 1,867 1,967 3,033 3,433 3,900 1,800 2,16 7
RELACIONAMENTO 2,467 2,900 3,300 3,433 3,800 3,967 2,433 3,00 0
AGR. VALOR 1,400 1,400 1,600 1,467 1,900 2,133 1,600 2,00
0
PROCESSOS 1,859 2,073 2,226 1,850 2,210 2,620 1,697 1,88
7
ORGANIZAO 1,750 1,967 2,217 2,783 3,183 3,583 1,833 2,36
7
2,26
7 2,533
PRESENA 1,633 1,667 1,700 1,567 1,767 2,067 1,467 1,56
7
REDE 2,200 2,933 3,333 1,867 3,400 4,533 1,667 1,80
0
AMB. INOVADORA 1,623 1,850 1,880 1,860 2,160 2,483 1,827 2,09
0
GRAU DE
INOVAO 2,150 2,336 2,502 2,349 2,810 3,168 2,267
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
Observa-se que houve uma evoluo no grau de inovao mdio (GI) de todos os setores no decorrer da pesquisa, entre os momentos R0, R1 e R2. Destaca-se que os acrscimos dos escores so oriundos da implantao de aes inovadoras pelas empresas estudadas (que visavam aprimorar os processos, produtos, atividades mercadolgicas e/ou organizacionais). Conforme observado por Oliveira et al (2011a, 2011b), os escores no diminuem, uma vez que a organizao continua realizando aes inovadoras de forma permanente e direcionada.
Apesar da Tabela 1 possibilitar uma visualizao do GI mdio das empresas, necessrio observar o desempenho individual de cada dimenso da inovao. Para isto, o Grfico 1 apresenta uma comparao intrassetorial dos setores industrial, comercial e de servios, entre os momentos R0, R1 e R2, evidenciando a evoluo das dimenses inovadoras.
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3,707
4,767
3,933
3,117
2,567
3,367
2,333
2,120
2,900
CAD.
FORNECIMENTO 1,933 2,000 2,200 1,933 2,133 2,333 1,933
1,600
2,333
2,403
2,56
2 2,863
Uma anlise intrassetorial e intersetorial do grau de inovao de empresas de pequeno porte do estado de
Pernambuco
Grfico 1 -Comparao entre os GIs entre os momentos R0, R1 e R2 dos setores
industrial, comercial e de servios
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
As dimenses que obtiveram melhor desempenho no setor industrial foram: Marca, Relacionamento, Organizao e Rede; obtendo um acrscimo superior a 20% cada, entre os diagnsticos R0 e R2. Observa-se que este resultado se assemelha ao identificado por Paredes, Valente e Santana (2013), onde identificaram incremento na dimenso marca e por Rocha et al (2011) em estudo sobre a indstria moveleira. A dimenso Plataforma se destacou positivamente por alcanar o maior valor (4,50) entre as treze dimenses do setor industrial. Por sua vez, o setor servios apresentou visveis avanos em todas as suas dimenses do radar, no comparativo R0-R1, e R1-R2. Das 13 dimenses do radar, 9 apresentaram uma evoluo acima dos 28,5% entre os radares R0 e R2. Dentre estas, a dimenso Rede destacou-se positivamente por obter um expressivo acrscimo de 142%, entre o primeiro e ltimo radar.
Na avaliao intrassetorial do comrcio, apenas as dimenses Oferta, Plataforma, Marca e Presena no sofreram acrscimos significativos, apresentando variaes entre o R0 e R2 inferiores a
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12%. Em contrapartida, a dimenso Organizao obteve acrscimo de 58% na comparao entre os radares.
Em sntese, ressalva-se que o setor industrial obteve o menor desempenho, em termos de evoluo do GI, frente aos demais setores. Porm, destaca-se que a indstria demonstrou o aprimoramento das dimenses que esto diretamente associadas ao contato direto com os clientes (Marca, Relacionamento e Rede), evidenciando uma crescente preocupao com a imagem pblica da empresa e com a forma que ele se comunica com a sua clientela. Por outro lado, conforme Ukko e Saunila (2013), o setor de servios obteve a maior evoluo do GI, tal avano deve-se a caracterstica do prprio setor que se destaca por buscar novos conhecimentos externos a empresa (tais como consultorias, apoio de entidades voltadas ao suporte empresarial) e possui maior flexibilidade para promover solues inovadoras em seus empreendimentos
J o setor de comrcio obteve avanos significativos nas dimenses que possuem papis fundamentais na atividade, uma vez que esto diretamente relacionadas capacidade de ofertar novos produtos dentro da limitao fsica e material, proposio de novas solues que gerem receita extra, ao relacionamento entre empresa e cliente, e as atividades ligadas logstica e estoque.
A anlise do GI tradicional permitiu visualizar que os trs setores apresentam indicadores semelhantes no radar R0, uma vez que Indstria, Servios e Comrcio apresentaram mdias de 2,15, 2,35 e 2,27, respectivamente. Todavia, no momento R2 o setor de servios demonstrou maior evoluo, obtendo indicador de 3,17, enquanto, os setores de indstria e comrcio apresentaram GI de 2,50 e 2,86 respectivamente.
Em suma, o setor de servios exibiu um avano de 35%, entre os perodos R0-R2, sendo o maior, seguido pelos setores de comrcio (26,3%) e indstria (16,4%). Especificamente, a dimenso Plataforma se destacou nos setores de indstria e comrcio, enquanto, Rede obteve destaque no setor de servios. Neste contexto, os indicadores de inovao gerados por meio da metodologia radar da inovao possibilitou o mapeamento do cenrio inovativo dos setores alvo da observao deste estudo.
4.2 Anlise intersetorial: o diagnstico realizado pelo GIS e CIS
Ao contrrio das premissas do GI tradicional, onde cada dimenso possui o mesmo peso, com exceo da dimenso ambincia inovadora (peso 0,2), o GIS busca identificar s dimenses relevantes para o setor, dada a heterogeneidade setorial. Na Tabela 2 esto descritos os pesos encontrados para
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cada dimenso nos trs setores estudados, durante o momento R2 da pesquisa, utilizando o modelo otimizao descrito na Equao 2.
Tabela 2 Pesos por setores e GIS no momento R2 DIMENSES Pesos por setores econmicos
INDSTRIA COMRCIO SERVIOS
OFERTA 0,050 0,135 0,050
PLATAFORMA 0,111 0,105 0,050
MARCA 0,134 0,127 0,125 CLIENTES 0,053 0,085 0,110 SOLUES 0,050 0,050 0,128 RELACIONAMENTO 0,152 0,149 0,126
AGREGAO DE
VALOR 0,050 0,050 0,050 PROCESSOS 0,050 0,050 0,050 ORGANIZAO 0,050 0,050 0,050
CAD.
FORNECIMENTO 0,050 0,050 0,050
PRESENA 0,050 0,050 0,050
REDE 0,150 0,050 0,110 AMBINCIAINOVADORA 0,050 0,050 0,050
GIS 2,922 3,203 3,500
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
Como se percebe no setor industrial, as dimenses que possuem um impacto relevante no grau de inovao setorial por ordem decrescente so: Relacionamento (0,152), Rede (0,150); Marca (0,134) e Plataforma (0,111) sendo est ltima tambm destaque do setor industrial nos resultados das pesquisas de Oliveira et al (2014) e Oliveira, Cavalcanti e Paiva Jr. (2013). Essas dimenses esto em consonncia com a atividade fim do setor que marcada pela estruturao de um processo produtivo e elos montante e jusante na cadeira produtiva, na busca de transmitir valores e experincias ao cliente por meio do produto oferecido.
No setor de comrcio as dimenses relevantes identificadas foram: Relacionamento (0,149); Oferta (0,135); Marca (0,127), Plataforma (0,105) e Clientes (0,085). O referido resultado deriva-se da oferta de produtos inovadores, possuir uma marca forte, valorizao das experincias com o cliente e, sobretudo, estabelecimento de vnculos duradouros com os mesmos. Estas aes fazem com que a empresa esteja propensa a inovar quando valoriza as dimenses citadas.
Por conseguinte, o setor de servios apresentou as seguintes dimenses crticas para inovao organizacional: Solues (0,128); Relacionamento (0,126); Marca (0,125); Rede e Clientes (0,110). Como se percebe, as dimenses Solues, Relacionamento e Marca esto prximas nesse setor, revelando que como manter um bom relacionamento com o cliente, buscando atender as suas
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necessidades de forma customizada e transmitir valores almejados importante, e um recurso de diferenciao para as empresas do setor.
Nos trs setores de atuao, os dados revelam tambm que entre as 90 empresas da amostra selecionada para as EPPs pernambucanas, as dimenses Relacionamento, Marca e Clientes esto sempre presentes como essenciais na constituio do GIS, com pesos diferentes. Este resultado, de acordo com Oliveira et al (2011a), comprovam que o empresariado pernambucano opta por inovar nessas dimenses, por gerar um impacto direto na relao com o cliente.
Por fim, a Tabela 2 ainda fornece os indicadores dos GISs. Comparando-os com os valores encontrados pelo GI na Tabela 1 percebem-se claras discrepncias entre os valores. No entanto, o setor de servios demonstrou-se mais inovador nas duas medidas utilizadas (GI e GIS), seguido do comrcio e da indstria, o que havia sido identificado tambm por Oliveira et al. (2011).
Aps a realizao desse mapeamento inicial, a Tabela 3 descreve os valores do MedCISS e
MxCISS de forma a complementar a anlise iniciada pelo GIS.
Tabela 3 Caractersticos do setor industrial no momento R2 DIMENSES Mdia Mximo Mnimo MedCISS MxCISS
OFERTA 2,147 4,200 1,000 2,385 2,444
PLATAFORMA 4,500 5,000 3,000 5,000 0,500
MARCA 3,733 5,000 2,000 4,148 1,267 CLIENTES 2,341 5,000 1,000 2,601 2,659 SOLUES 1,967 4,000 1,000 2,185 2,542 RELACIONAMENTO 3,300 5,000 1,000 3,667 1,700 AGREGAO DE VALOR 1,600 3,000 1,000 1,778 2,333
PROCESSOS 2,226 3,000 1,300 2,473 1,291 ORGANIZAO 2,217 3,500 1,000 2,463 1,833 CAD. FORNECIMENTO 2,200 5,000 1,000 2,444 2,800
PRESENA 1,700 3,000 1,000 1,889 2,167
REDE 3,333 5,000 1,000 3,704 1,667 AMBINCIA INOVADORA 1,880 2,500 1,300 2,089 1,240
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
Utilizando como ponte de corte o valor numrico de 3 para analisar o MedCISS [por representar um valor onde a inovao para o setor tida como ocasional (mdia)], esse indicador revela que as dimenses Plataforma (benchmark interno), Marca, Relacionamento e Rede so as que apresentaram o melhor desempenho entre as demais dimenses para a indstria. Vale ressaltar que, apesar de Plataforma ter apresentado o menor peso entre as dimenses (conforme Tabela 2), ela possuiu o melhor desempenho.
Sob a tica do MxCISS, a indstria tem maior potencial de crescimento nas dimenses: Oferta, Clientes, Solues e Cadeia de Fornecimento. necessrio que os atores envolvidos analisem essas
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dimenses e estabeleam aes e diretrizes estratgicas para alavancar a competitividade do setor e desenvolver a inovao. Entre os vetores apresentados para o MxCISS, Plataforma e Ambincia Inovadora apresentam o menor indicador de crescimento, no primeiro caso a dimenso j possuem um desempenho superior (MedCISS), no segundo caso, a dimenso tida como incipiente no setor.
Os resultados obtidos para o comrcio esto descritos na Tabela 4. Plataforma, mais uma vez o benchmark do setor, onde as dimenses que apresentam o maior desempenho em ordem decrescente so: Plataforma, Marca, Oferta, Relacionamento, Clientes e Organizao. Entre as empresas concorrentes dessa atividade econmica, existe potencial de crescimento nas dimenses: Agregao de valor e Rede (com potencial de crescimento mximo entre as demais dimenses), alm de Cadeia de Fornecimento, Solues e Presena.
Tabela 4 - Caractersticos do setor de comrcio no momento R2
Dimenses Mdia Mximo Mnimo MedCISS MxCISS
OFERTA 3,707 5,000 1,000 3,888 1,293
PLATAFORMA 4,767 5,000 3,000 5,000 0,233
MARCA 3,933 5,000 3,000 4,126 1,067 CLIENTES 3,117 4,300 1,700 3,269 1,376 SOLUES 2,567 5,000 1,000 2,692 2,433 RELACIONAMENTO 3,367 5,000 1,000 3,531 1,633 AGREGAO DE VALOR 2,333 5,000 1,000 2,448 2,667
PROCESSOS 2,120 3,300 1,300 2,224 1,788 ORGANIZAO 2,900 4,000 1,500 3,042 1,375 CAD. FORNECIMENTO 2,533 5,000 1,000 2,657 2,467
PRESENA 1,600 3,000 1,000 1,678 2,333
REDE 2,333 5,000 1,000 2,448 2,667 AMBINCIA INOVADORA 2,403 3,300 1,500 2,521 1,359
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
Na Tabela 5 so apresentados os caractersticos para o setor de servios. Como consequncia da maior elasticidade entre as dimenses desse setor, ele possui vrias dimenses que um bom desempenho (como consequncia possui o maior GIS) em ordem decrescente tem-se: Rede (benchmark interno), Marca, Relacionamento, Solues, Clientes, Plataforma, Organizao e Oferta.
Nessas condies, os atores devem investir na agregao de valor prioritariamente e na cadeia de fornecimento para evitar estagnao da inovao nessa atividade econmica. Essas duas dimenses anteriormente analisadas mostram que se a pequena empresa possuir um conjunto logstico estruturado na entrega de um bem/servio superior e captar o valor de seus bens oferecidos junto aos clientes promover a potencializao da inovao e poder reforar as demais dimenses que j possuem um bom desempenho.
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Tabela 5 - Caractersticos do setor de servios no momento R2
Dimenses Mdia Mximo Mnimo MedCISS MxCISS
OFERTA 2,767 5,000 1,000 3,05 2,233
PLATAFORMA 3,733 5,000 1,000 4,12 1,267
MARCA 4,000 5,000 2,000 4,41 1,000 CLIENTES 3,747 5,000 1,700 4,13 1,253 SOLUES 3,900 5,000 1,000 4,30 1,100 RELACIONAMENTO 3,967 5,000 2,000 4,38 1,033 AGREGAO DE VALOR 2,133 5,000 1,000 2,35 2,867
PROCESSOS 2,620 4,300 1,300 2,89 1,953 ORGANIZAO 3,583 5,000 2,000 3,95 1,417 CAD. FORNECIMENTO 2,333 5,000 1,000 2,57 2,667
PRESENA 2,067 5,000 1,000 2,28 2,933
REDE 4,533 5,000 1,000 5,00 0,467 AMBINCIA INOVADORA 2,483 4,500 1,500 2,74 2,241
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2015).
Comparando os resultados obtidos pelos setores estudados, os dados revelam que, dada a escassez de recursos, investimentos devem priorizar o desenvolvimento da cadeia de fornecimento na indstria. J no setor de comrcio, devem-se priorizar aes para estimular a agregao de valor no s na entrega dos bem ao cliente, mas tambm na cadeia de fornecimento. Enquanto que possuir vrios pontos de atendimento, ou seja, alta capilaridade deve ser prioridades para o oferecimento de servios, dada natureza de suas atividades e a convenincia para os clientes.
Estes resultados corroboram os estudos de Oliveira et. al (2014) e Oliveira, Cavalcanti e Paiva Jr. (2013), no qual constataram que o setor comercial possui maior vocao para a inovao frente aos segmentos industriais como gesso, eletrometalmecnica, mveis, confeces e de plstico.
Grfico 2 - Comparao entre os MedCISS no momento R2 para os 3 setores econmicos
estudados
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Pernambuco
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2014).
Realizando um exame visual (Grfico 2) sobre as dimenses que apresentaram os melhores desempenhos, sob a perspectiva do MedCISS, o setor de servios, em R2, possui uma grande maioria de dimenses com bom desempenho quando comparado com outros setores. Vale destacar que a dimenso ambincia inovadora, bastante valorizada na formao do GI tradicional, no apresentou nenhum desempenho superior entre os setores e no se apresenta como uma dimenso potencial de ser envolvida, segundo as anlises realizadas.
5. CONSIDERAES FINAIS
Considera-se que o objetivo central do presente estudo foi cumprido, uma vez que os resultados obtidos permitiram uma avalio do grau de inovao (GI), do grau de inovao setorial (GIS) e do caracterstico de inovao setorial (CIS) das EPPs pertencentes aos setores de indstria, comrcio e servios do estado de Pernambuco, sob uma perspectiva de anlise intrassetorial contnua e intersetorial.
A aplicao do radar da inovao, sob a gide do GI, permitiu verificar que, no momento R2, o setor de servios exibiu um avano de 35%, entre os perodos R0-R2, sendo o maior, seguido pelos setores de comrcio (26,3%) e indstria (16,4%). Por sua vez, o setor comrcio apresentou evoluo do GI em todas as dimenses, enquanto o setor industrial obteve acrscimos em apenas seis dimenses do radar. Especificamente, a dimenso Plataforma se destacou nos setores de indstria e comrcio, enquanto, Rede obteve destaque no setor de servios.
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Com a aplicao do GIS foram identificadas as dimenses da inovao que mais contribuem para realizar e estruturar prticas inovadoras para o setor. Relacionamento, Clientes e Marca estiveram presentes como indutoras de peso no GIS nos trs setores analisados, enquanto Plataforma e Rede estiveram presentes em dois dos trs setores, como dimenses de peso. Alm disso, tanto no GI quanto no GIS o setor de servios apresentou o maior grau de inovao, seguido do setor de comrcio e indstria.
Sob o parmetro do MedCISs, o setor de servios apresentou a maioria das dimenses com forte desempenho com relao aos demais. A Plataforma foi considerada um ponto em que os setores comercial e industrial apresentaram excelente desempenho, como identificado pelo radar da inovao, implicando que as pequenas empresas de Pernambuco nesses segmentos possuem um conjunto de componentes e mtodos estruturados para atender os seus clientes, o que de certo modo, contribui para o desenvolvimento de outras dimenses.
J o MxCISs revelou quais dimenses apresentaram maior potencial para crescimento entre as empresas do mesmo setor. Como ponto crtico, foi observado que a dimenso Ambincia inovadora no mostrou notoriedade nas anlises realizadas, revelando ainda pouca importncia propagao da cultura de inovao e a promoo de inovao como fonte e manuteno de vantagem competitiva. Isso se mostra como um entrave para o desenvolvimento das empresas, pois a ao inovadora do empresrio engendra o progresso tcnico que dinamiza o capitalismo. Nesse sentido, a inovao a mola propulsora no estabelecimento do nvel de competitividade no mercado, na produtividade das empresas e no progresso tcnico-cientfico (Schumpeter, 1985).
Este estudo possibilitou a identificao das dimenses da inovao organizacional de maior impacto para cada setor econmico, assim como seu desempenho atual e potencial. Infere-se que polticas pblicas podem ser elaboradas para promover o desenvolvimento dos pequenos empreendimentos do setor, que j contribuem de forma significativa no desenvolvimento da economia pernambucana. Por este motivo, consultorias, instutorias, cursos, capacitaes podem ser desenvolvidas para atender as necessidades das EPPs, dada a sua realidade local e suas potencialidades.
Para estudos futuros, sugere-se o mapeamento de polticas pblicas conforme as necessidades identificadas pelo radar da inovao e as ferramentas GIS e CIS para alavancar o desenvolvimento das pequenas empresas pernambucanas.
REFERNCIAS
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Uma anlise intrassetorial e intersetorial do grau de inovao de empresas de pequeno porte do estado de
Pernambuco
AN ANALYSIS INTRASECTORAL INTERSECTORAL AND SMALL BUSINESS INNOVATION DEGREE OF PORTE PERNAMBUCO STATE
ABSTRACT
The development of innovation in companies has as its foundation the effort of continuity in the
generation of performance indicators. However, measurements and evaluations of companies are often
guided by objectives and short-term effects, making it impossible to continue the effort in generating
parameters. For the process of gradual improvement of organizational performance, assessments of the
degree of innovation must be continuous. Given this, this study evaluates the Degree of Innovation, the
Degree of Innovation Sector and the Characteristic of Sectoral Innovation of Small Businesses
belonging to the Industry, Trade and Services sectors of the state of Pernambuco, from a perspective of
continuous intra-sectoral and inter-sectoral analysis. To achieve this objective, the diagnostic
Innovation Radar was applied on 90 EPPs in three different times. The results showed that the service
sector has shown greater progress in innovation compared to trade and industry. Once the trade sector
showed an increase of GI in all dimensions, while the industrial sector had accrued in just six
dimensions of the radar. Through GIS, we found that the relationship, Brand and Customer dimensions
stood out as inducing weight in the three sectors analyzed.
Key words: Innovation; Radar Innovation; Micro and Small businesse; Degree of sectoral innovation.
___________________
Data do recebimento do artigo: 07/01/2015
Data do aceite de publicao: 06/09/2015
Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 12, n.4 p. 140-161, out./dez. 2015. 161
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Copyright Milton de Abreu Campanario 2015
Abstract
The development of innovation in companies has as its foundation the effort of continuity in the
generation of performance indicators. However, measurements and evaluations of companies are often
guided by objectives and short-term effects, making it impossible to continue the effort in generating
parameters. For the process of gradual improvement of organizational performance, assessments of the
degree of innovation must be continuous. Given this, this study evaluates the Degree of Innovation, the
Degree of Innovation Sector and the Characteristic of Sectoral Innovation of Small Businesses
belonging to the Industry, Trade and Services sectors of the state of Pernambuco, from a perspective of
continuous intra-sectoral and inter-sectoral analysis. To achieve this objective, the diagnostic
Innovation Radar was applied on 90 EPPs in three different times. The results showed that the service
sector has shown greater progress in innovation compared to trade and industry. Once the trade sector
showed an increase of GI in all dimensions, while the industrial sector had accrued in just six
dimensions of the radar. Through GIS, we found that the relationship, Brand and Customer dimensions
stood out as inducing weight in the three sectors analyzed.
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