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O modo como a crise econômica mundial avança, desde 2007, se complicando cada vez mais no cassino especulatório do sistema financeiro, foi discutido amplamente durante o Seminário Internacional Financeirização e Dinâmica do Capitalismo Contemporâneo, ocorrido no dia 10 de novembro no Instituto de Economia da Unicamp. A homenagem a José Carlos Braga sublinha a importância da crítica econômica na análise da crise mundial
O Instituto de Economia (IE) da Unicamp promoveu no dia 10 de novembro, das 9 às 20 horas, um seminário internacional para discutir a chamada financeirização no contexto do capitalismo contemporâneo. O evento, ocorrido no auditório Zeferino Vaz, contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais na temática.
O professor José Carlos Braga (IE-Unicamp) foi homenageado pelo pioneirismo, originalidade e densidade teórica e analítica com que tratou o tema da financeirização da economia, ainda em 1985, mostrando que não se tratava de uma deformação do capitalismo, mas de seu caráter intrínseco. Sua pesquisa, desde então, já avançava sobre o tema tornando-se referência conceitual para quem enfrenta os temas do capitalismo financeiro. Embora a atual crise econômica mundial revele a agudeza do impacto das bolhas especulativas do sistema financeiro, este não era um tema preferencial da pesquisa acadêmica, até então.
“O seminário aberto a toda a comunidade, tanto da Unicamp, como ao público externo mostra que o tema é bastante relevante. Temos assistido a uma sucessão de crises, especificamente financeiras. O evento é um meio de externalizar todo o conhecimento acumulado ao longo de vários anos de pesquisa, reflexão acadêmica e discussões”, afirmou o organizador, professor Giuliano Contento de Oliveira, diretor do Centro de Estudos de Relações Econômicas Internacionais (Ceri) do IE.
Na abertura dos trabalhos, o diretor do Instituto, professor Sérgio Fracalanza, destacou a importância do seminário. Para ele, a homenagem a Braga demonstra a exemplaridade com que o professor contribuiu para o crescimento do pensamento crítico e progressista da Unicamp.
Fracalanza afirma que essa dinâmica financeira do capitalismo agudiza, de um lado, as tensões entre capital e trabalho, ao produzir desemprego, sobretudo pelas inovações tecnológicas. De outro lado, a brutal concentração de renda e riqueza, e os Estados nacionais, que vão ao resgate das instituições bancárias e grandes empresas afetadas pelas crises financeiras, dispendem enormes recursos do contribuinte, desequilibrando as...