RAI Revista de Administrao e Inovao ISSN: 1809-2039
DOI:
Organizao: Comit Cientfico Interinstitucional Editor Cientfico: Milton de Abreu Campanario Avaliao: Double Blind Review pelo SEER/OJS Reviso: Gramatical, normativa e de Formatao
NDICE DE INOVAO E APRENDIZAGEM E SEUS FATORES CONDICIONANTES DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE APICULTURA NO NORDESTE PARAENSE
Edney Saraiva Monteiro
Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Cear UFC
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
Ahmad Saeed Khan
Doutor em Economia Agrcola e Recursos Naturais pela Oregon State University, Estados Unidos
Professor da Universidade Federal do Cear UFC
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
Eliane Pinheiro de Sousa
Doutora em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viosa UFV
Professora do Departamento de Economia da Universidade Regional do Cariri URCA
mailto:[email protected]
Web End [email protected] (Brasil)
RESUMO
Este artigo se prope a mensurar o ndice de inovao e aprendizagem das empresas apcolas que
fazem parte do Arranjo Produtivo Local de apicultura do Nordeste paraense e identificar os fatores
condicionantes que influenciam os nveis de inovao e aprendizagem desses apicultores. A
mensurao foi feita por meio da elaborao de um ndice que mede o nvel de inovao e
aprendizagem. Para identificar os condicionantes, utilizou-se o modelo de regresso quantlica. Os
resultados mostram que a grande maioria das empresas apcolas possui baixo nvel de inovao e
aprendizagem, sendo que os indicadores relativos s fontes externas de informao e introduo de
inovaes exerceram as maiores contribuies na composio do ndice e outras fontes de informao
registrou o pior resultado. Ademais, conclui-se, por meio do modelo de regresses quantlicas, que o
nvel de escolaridade, o nmero de colmeias povoadas e a participao e, ou conhecimento sobre
algum tipo de programa ou aes especficas para o segmento apcola promovido pelo governo federal
exerceram efeitos positivos sobre o ndice de inovao e aprendizagem dos apicultores em todos os
quantis avaliados.
Palavras chave: Indicadores; Determinantes; Regresso quantlica; Produo de mel.
ndice de inovao e aprendizagem e seus fatores condicionantes do arranjo produtivo local de apicultura no
nordeste paraense
1. INTRODUO
O http://pt.wikipedia.org/wiki/Agroneg%C3%B3cio
Web End =agronegcio representa em torno de um tero do http://pt.wikipedia.org/wiki/PIB
Web End =Produto Interno B ruto (PIB) http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
Web End =brasileiro , sendo, assim, considerado um setor muito importante da economia. De acordo com o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2006), atualmente, um dos maiores desafios desse setor identificar e promover atividades produtivas que sejam inclusivas sob os aspectos tecnolgicos e gerenciais, isto , que permitam uma difuso tecnolgica, democratizando e viabilizando a incorporao das inovaes nas atividades de pequenas propriedades rurais.
Dentre tais atividades, destaca-se a apicultura, que pode ser considerada alternativa importante de gerao de renda para os agricultores familiares. Consiste em uma atividade de fcil manuteno, baixo custo inicial e sustentvel do ponto de vista social, econmico e ambiental (Ponciano, Golynski, Souza, Ney, & Ney, 2013).
Segundo o entendimento de Dallemole, Faria, Colman e Gomes (2010), somente recentemente, de fato, a atividade foi vista como real contribuio ao desenvolvimento rural, embora o setor apcola tenha sido implantado h bastante tempo no Brasil, onde saltou, em determinadas situaes, de uma simples atividade complementar para uma atividade de carter empresarial. Para Coronel, Sousa, e Amorim (2011), mesmo o Brasil no estando entre os maiores exportadores, percebe-se um crescimento de sua participao no cenrio mundial.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2014), a produo nacional de mel est concentrada nos estados do Nordeste e do Sul. Entretanto, So Paulo aparece nas estatsticas por importar mel de outras regies e exportar para outros pases, isto porque processadores locais se organizaram rapidamente para aproveitar oportunidades no mercado externo a partir de 2001, desbancando o ento estado lder do sul brasileiro, Santa Catarina.
Embora a regio Sul detenha a maior participao percentual na produo nacional, estudos da Confederao Brasileira de Apicultura (CBA, 2013) relatam que esta foi a regio com menor crescimento em termos de produo entre os anos de 1990 e 2011. Ademais, neste perodo, as duas principais regies que apresentaram crescimento vertiginoso foram a regio Nordeste (848,96%) e a regio Norte (1.260,35%).
Em face do mrito do crescimento produtivo do Norte brasileiro, Both, Kato, e Oliveira (2009) relatam que a regio detm um reconhecido potencial para o desenvolvimento da apicultura por meio da explorao da grande disposio natural de flora. No entanto, Silva, Venturieri, e Silva (2006) destacam que, apesar do potencial, o segmento apcola dessa regio ainda no se tornou expressivo no mbito nacional devido apresentar alguns problemas de nvel organizacional (baixo nvel de
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coordenao do arranjo), tecnolgico (carncia de equipamentos e tcnicas avanadas na atividade) e mercadolgico (dificuldades na colocao do mel paraense nas prateleiras dos principais mercados locais).
Dentre os estados do Norte, a Confederao Brasileira de Apicultura (CBA, 2013) aponta que o Par tem despontado como o maior produtor de mel da regio. Segundo a Federao das Associaes dos Apicultores do Estado do Par (FAPIC, 2006), a regio Nordeste paraense mostra-se atrativa por apresentar atributos como: vantagens locacionais e demanda de mel superior oferta local e regional; potencial para ocupar mo de obra e redistribuir renda; diversificao da produo; plena sustentabilidade ambiental; e existncia de um Arranjo Produtivo Local (APL) especializado na produo de mel orgnico.
No entanto, como o APL de apicultura recente, existem alguns entraves que impedem o pleno desenvolvimento da atividade no arranjo. Os principais itens definidos pela Secretaria de Agricultura do Estado do Par (Sagri, 2007) foram: a falta de acompanhamento e assistncia tcnica sistemtica e especializada junto aos produtores, a desorganizao do sistema de produo, a deficincia estrutural (casa do mel) e a carncia de inovaes tecnolgicas.
No tocante carncia de inovaes tecnolgicas, sabe-se que tais prticas so fundamentais para o crescimento das empresas em um ambiente cada vez mais concorrido e, neste quesito, segundo o diagnstico realizado pelo SEBRAE (2006), a carncia de tecnologias de manejo, a insuficincia de equipamentos apcolas avanados, a baixa inovao nos produtos finais e a falta de informaes sobre o mercado impossibilitam a avano da apicultura paraense. Ademais, conforme Barbosa e Sousa (2013), a utilizao de inovaes e o acmulo do conhecimento sobre a atividade apcola, assim como seus condicionantes reveste-se de importncia, uma vez que permitem orientar a formulao de estratgias para o desenvolvimento da atividade e indicar medidas de polticas pblicas que fortaleam o setor.
Contudo, o estudo dos Arranjos Produtivos Locais surge como instrumentos de fortalecimento da produo local, envolvendo toda a dinmica para alcanar a sustentabilidade e estimular a competitividade de determinada territorialidade, o que permitiria o progresso do setor apcola na regio.
Portanto, considerando a apicultura como uma atividade produtiva e promissora, com elevado potencial no Estado do Par, surge o interesse em se estudar essa temtica por meio da anlise de seu Arranjo Produtivo Local. Nesse contexto, este estudo se prope a mensurar o ndice de inovao e aprendizagem das empresas apcolas que fazem parte do Arranjo Produtivo Local de apicultura do
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nordeste paraense
Nordeste paraense e identificar os fatores condicionantes que influenciam os nveis de inovao e aprendizagem desses apicultores.
2. METODOLOGIA
2.1 rea de estudo e natureza dos dados
O Arranjo Produtivo Local (APL) de apicultura constitudo por 21 municpios do Nordeste paraense, contudo, este estudo foi realizado nos municpios de Capito Poo (microrregio do Guam), Ourm (microrregio do Guam) e Igarap-Au (microrregio de Bragantina). A escolha desses municpios se deu em virtude de serem grandes produtores de mel do Estado e terem sido o bero do arranjo apcola paraense. De acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2014), Capito Poo o maior produtor de mel do Estado do Par com 37.850 quilogramas de mel produzidos em 2012. Ourm produziu 27.785 quilogramas de mel em 2012, sendo o segundo maior produtor de mel do Estado, e Igarap-Au obteve uma produo de mel de 5.000 quilogramas em 2012.
Os dados empregados neste trabalho foram coletados em 2012 a partir de pesquisa direta realizada por meio de questionrio aplicado com uma amostra de 79 apicultores do APL. Utilizou-se o processo de amostragem probabilstica aleatria estratificada, segundo o nmero de colmeias povoadas, em mini, pequenos, mdios e grandes produtores de mel, conforme a classificao proposta por Fachini, Oliveira, e Veiga Filho (2013). Portanto, dada a populao de 142 produtores cadastrados no Projeto Apis-SEBRAE, que desenvolveu atividades destinadas ao acompanhamento da cadeia produtiva da apicultura nos arranjos paraenses, foram entrevistados 79 apicultores, sendo 18 mini, 30 pequenos, 23 mdios e 8 grandes.
2.2 Mensurao do ndice inovativo e de aprendizagem
Para mensurao do ndice de inovao e de aprendizagem (IIA) do Arranjo Produtivo Local (APL) de apicultura no Nordeste paraense, tomou-se como base o mtodo analtico utilizado nos estudos desenvolvidos por Freitas et al. (2004), Khan, Matos, Lima (2009) e Barbosa e Sousa (2013).
O ndice de inovao e aprendizagem dos apicultores (IIA) foi constitudo por seis indicadores: ndice de Introdues de Inovaes entre 2010 e 2012 (IIIN); ndice de Inovaes Realizadas em 2012
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e sua constncia (IIRE); ndice de Atividades de Treinamento e Capacitao importantes para o Aprendizado (ITCA); ndice de Fontes Internas de Informao importantes para o aprendizado (IFII); ndice de Fontes Externas de Informao importantes para o aprendizado (IFEI); e ndice de Outras Fontes de Informao importantes para o aprendizado (IOFI). Atriburam-se pesos 0 e 1 para as variveis componentes do IIIN, sendo que se considerou peso (0) para inovaes no desenvolvidas e peso (1) para as realizadas. Os pesos das variveis que fazem parte do IIRE variaram entre 0 a 2, sendo que o peso (0) foi empregado se no tiver desenvolvido inovaes, (1) se tiver desenvolvido de forma ocasional e (2) de forma rotineira. As variveis pertencentes aos demais indicadores variaram entre 0 a 3, em que o peso (0) foi utilizado quando as atividades de treinamento e capacitao e fontes de informao no exerceram importncia, (1) para baixa importncia, (2) para mdia importncia e (3) para alta importncia.
As variveis que fizeram parte do ndice de Introdues de Inovaes entre 2010 e 2012 (IIIN) foram: inovao de produtos novos para a empresa; inovao de produtos novos para o mercado nacional; processos tecnolgicos novos para a empresa; criao ou melhoria substancial do modo de acondicionamento dos produtos; inovaes no desenho de produtos; implementao de tcnicas avanadas da gesto; implementao de significativas mudanas na estrutura organizacional; mudanas significativas nos conceitos e/ou prticas de marketing; mudanas significativas nos conceitos e/ou prticas de comercializao; e implementao de novos mtodos de gerenciamento, visando a atender normas de certificao.
Quanto ao ndice de Inovaes Realizadas em 2012 e sua constncia (IIRE), as variveis consideradas foram: pesquisa e desenvolvimento (P&D) na sua empresa; aquisio externa de P&D; aquisio de mquinas e equipamentos que geraram melhorias tecnolgicas; aquisio de outras tecnologias (softwares, entre outros); projeto ou desenho industrial de produtos ou processos novos; programa de treinamento orientado introduo de produtos e processos; programas de gesto da qualidade ou de modernizao organizacional; e novas formas de comercializao e distribuio de produtos. No que diz respeito ao ndice de Atividades de Treinamento e Capacitao importantes para o Aprendizado (ITCA), as variveis consideradas foram: treinamento na empresa; treinamento em cursos tcnicos realizados no APL; treinamento em cursos tcnicos realizados fora do APL; estgios em empresas fornecedoras ou clientes; estgios em empresas do grupo; contratao de tcnicos / engenheiros de outras empresas do APL; contratao de tcnicos / engenheiros de empresas fora do APL; e absoro de formandos dos cursos tcnicos localizados no APL ou prximo.
As fontes internas consideradas na aferio do ndice de Fontes Internas de Informao importantes para o aprendizado (IFII) foram: departamento de P&D; rea de produo; reas de vendas
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nordeste paraense
e marketing; e servios internos de atendimento ao cliente, enquanto as fontes externas que fizeram parte do ndice de Fontes Externas de Informao importantes para o aprendizado (IFEI) foram: outras empresas dentro do grupo; empresas associadas (joint venture); fornecedores de insumos; clientes; concorrentes; e empresas de consultoria. As outras fontes constituintes do ndice de Outras Fontes de Informao importantes para o aprendizado (IOFI) foram: Universidades; Instituies de testes, ensaios e certificaes; conferncias, seminrios, cursos e publicaes; feiras, exibies e lojas; informaes de rede baseadas na internet. A escolha dessas variveis foi baseada nos estudos de Sousa et al. (2011).
A partir dos estudos de Khan et al. (2009) e Barbosa e Sousa (2013), pode-se expressar algebricamente o ndice de inovao e aprendizagem (IIA) de uma dada empresa apcola j concernente
inovao tecnolgica n como:
I nj w
m
y
i n
i
, sendo
w
max , logo 1
0
n
m
y
i
nj
I , em que:
i
I representa o ndice de cada indicador n da empresa apcola j; i, variveis empregadas; n, indicador
adotado; [y, m] correspondem s variveis dentro do segmento i referentes ao indicador n; i
, valor
nj
x na composio do
ndice de inovao n. Ademais, consideram-se para o indicador introduo de inovaes: n = 1, i = [1, 10] e 10
1
atribudo varivel i
x do indicador n; e
n
refere-se ao peso de cada varivel i
i
w
w ; para o indicador inovaes realizadas: n = 2, i = [11, 18] e 16
2
w ; para o indicador de
atividades de treinamento e capacitao: n = 3, i = [19, 26] e 24
3
w ; para o indicador de fontes
internas de informao: n = 4, i = [27, 30] e 12
4
w ; para o indicador de fontes externas de
informao: n = 5, i = [31, 36] e 18
5
w ; e para o indicador de outras fontes de informao: n = 6, i =
w .
Considerando todos os indicadores que fizeram parte da composio do ndice de inovao, tem-se que o ndice mdio de inovao e aprendizagem da empresa j ( j
IIA ) pode ser dado
[37, 41] e 15
6
1
n
6
por:
IIA j I . Assim, o ndice de inovao e aprendizagem geral incorporando todas as empresas
apcolas pode ser indicado por:
nj
6
1
1 .
Esses ndices variam entre zero e um, sendo que se considerou que as empresas com valores desses ndices iguais ou superiores a 0,80 tenham registrado alto nvel de inovao e aprendizagem; as que apresentaram valores compreendidos entre 0,50 e 0,79, nvel de inovao e aprendizagem intermedirio; e as empresas com valores menores do que 0,50, baixo nvel de inovao e
z
IIAG
IIA
z
j
j
1
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aprendizagem. Tais intervalos de valores foram selecionados tomando como base a especificao adotada nos estudos de Khan et al. (2009) e Barbosa e Sousa (2013).
Com o intuito de verificar a existncia de diferena entre as mdias do ndice de inovao e aprendizagem entre os diversos portes e localizaes das empresas analisadas, empregou-se o teste de Scheff, proposto por Scheff (1959). Esse teste recomendado para comparaes mltiplas de mdias de um pequeno nmero de grupos e com tamanhos diferentes.
2.3 Regresso quantlica
Para identificar os condicionantes que influenciam o nvel inovativo e de aprendizagem das empresas apcolas paraenses, utilizou-se o modelo de regresso quantlica, proposto, a princpio, por Koenker e Bassett (1978). Segundo esses autores, esse mtodo apresenta vantagens em relao ao modelo dos Mnimos Quadrados Ordinrios (MQO), pois permite a caracterizao da distribuio condicional de uma varivel a partir de um conjunto de regressores; possibilita empregar todos os dados para estimar os coeficientes angulares dos quantis; remove a interferncia dos outliers, j que no se considera somente o efeito mdio do impacto de um regressor na distribuio condicional de um regressando; e obtm estimadores mais eficientes.
De acordo com Koenker e Bassett (1978), a regresso quantlica pode ser representada pela seguinte equao:
)
(
1
n
min
1
, em que:
y
x
'
1
(
)
y
x
'
min
a
i
i
i
n
i i t
i
n
i
:
y
i
x
t
`'
:
y
x
'
i
1
u
u
,
0
funo check definida por:
(
u
)
i
i
0
u
,
)
1
(
i
u
.
Considerando que as variveis explicativas no influenciam igualmente os diferentes nveis de inovao e aprendizagem das empresas apcolas paraenses, foram estimadas regresses para os quantis: 0,25; 0,50; e 0,75, com o intuito de verificar os efeitos dos condicionantes desses nveis de inovao e aprendizagem ao longo da distribuio, em que o th
refere-se ao quantil condicional do grau de inovao e aprendizagem, podendo ser expresso por:
i
i
8
Q
, ,
8
(
y
i x
x
| x 1 )
,
,
x
,
x
,
x
,
x
,
x
,
x
,
1
2,
...,
2
3
4
5
6
7
8
0
j
j
e
[0,1]
j
em que
j
1
y corresponde ao ndice de inovao e aprendizagem das empresas apcolas paraenses; 1
x , tempo de
i
atuao (em anos) da empresa apcola (TAE); 2
x , escolaridade (em anos de estudo) do principal scio
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x , nmero de
x , participao e,
ou conhecimento sobre algum tipo de programa ou aes especficas para o segmento apcola
promovido pelo governo federal (POLFED); 7
x , ao municpio de Igarap-Au (IGARAPE); e 8
x , participao em atividades cooperativas (COOP); 6
municpio de Ourm (OUREM).
Em relao a essas variveis, relevante destacar que a varivel COOP corresponde a uma varivel dummy, em que se assume valor um, se a empresa tiver acesso, e zero, caso contrrio. Quanto varivel POLFED, admite-se valor zero, se a empresa no participar nem tiver conhecimento sobre tais programas; um, se tiver conhecimento, porm no participar; e dois, se tiver conhecimento e participar desses programas ou aes promovidos pelo governo federal.
Ademais, tambm foram incorporadas as dummies locacionais para verificar se h alguma diferena locacional quanto aos condicionantes do nvel inovativo e de aprendizagem das empresas apcolas. A varivel dummy locacional considerada referncia para os demais municpios paraenses analisados foi o municpio de Capito Poo. Essa escolha foi baseada no critrio da maior quantidade produzida de mel no estado do Par. Assim, todos os coeficientes estimados para as dummies locacionais devem ser avaliados como diferenciais referentes aos estimados para Capito Poo. Portanto, as variveis IGARAPE e OUREM assumiram valor igual unidade se a empresa apcola pertencer ao municpio considerado e, zero, caso contrrio.
Foram utilizados os softwares SPSS 21 e STATA 12.1, respectivamente, para operacionalizao dos testes estatsticos e do modelo de regresso quantlica.
3. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS
3.1 Caracterizao do nvel de inovao e aprendizagem
Conforme se verifica pela Tabela 1, mais da metade das empresas apcolas paraenses analisadas se destaca com baixo ndice de treinamento e capacitao e outras fontes de informao, resultando em baixo ndice de inovao e aprendizagem. A realizao de treinamento e capacitao de recursos humanos deu-se por meio de cursos e palestras concernentes s formas de instalaes, manejos e aproveitamento dos produtos oferecidos pela apicultura, alm de visitas tcnicas e estgio com outros membros da cadeia apcola e associaes. Entretanto, a contratao de tcnicos / engenheiros de empresas fora do arranjo e a absoro de formandos dos cursos tcnicos localizados no arranjo ou nas
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fundador da empresa (ESC); 3
x , idade do principal scio fundador da empresa (IDAD); 4
colmeias povoadas (COLM); 5
x , ao
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proximidades foram considerados irrelevantes e apresentando baixa importncia para parcela majoritria das empresas apcolas entrevistadas no Nordeste paraense. Esses resultados refletiram no fato de nenhuma empresa ter apresentado alto ITCA e, das 79 analisadas, 50 delas terem sido classificadas com baixo ITCA.
No tocante s outras fontes de informao, os dados indicam que somente duas empresas registraram elevado IOFI e que mais de 80% apresentaram IOFI abaixo de 0,50, podendo ser atribudo irrelevncia e baixa importncia desempenhada, sobretudo, pelas instituies de testes, ensaios e certificaes, assim como pelas feiras, exibies e lojas e internet como fonte de informao para o aprendizado. As fontes internas e externas obtiveram melhores desempenhos em seus respectivos ndices, uma vez que nenhuma empresa considerou o departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a rea de produo como fonte interna irrelevante de informao para o aprendizado, mas, ao contrrio, exercendo, por parte da maioria entrevistada, mdia e alta importncia para o aprendizado. Essas caractersticas esto presentes nas fontes externas provenientes de outras empresas dentro do grupo e empresas associadas.
Dentre esses indicadores analisados, as maiores participaes relativas de empresas com alto ndice ocorreu com IIIN e IIRE. Quanto introduo de inovaes, verificou-se, com base na pesquisa de campo, que todas as empresas realizaram inovao de produtos novos para o mercado nacional, como plen, prpolis, geleia real. Ademais, das 79 empresas apcolas entrevistadas, 67 desenvolveram mudanas significativas nos conceitos e, ou prticas de marketing. Os dados sinalizaram tambm que mais da metade das empresas apcolas realizaram inovao de produtos novos para a empresa, implementaram tcnicas avanadas de gesto e significativas mudanas na estrutura organizacional. Todas essas inovaes introduzidas geraram aumento da produtividade e da qualidade do produto, assim como reduo de custos.
Em relao s inovaes realizadas, a pesquisa de campo indicou que mais da metade das empresas entrevistadas desenvolveram de forma rotineira pesquisa e desenvolvimento na empresa, como o estudo do tipo de flora apcola prxima ao apirio e mtodos de combate a traas e formigas; adquiriram de forma rotineira novas tecnologias; e mquinas e equipamentos, que geraram melhorias tecnolgicas, como centrfuga, decantador e mesa desoperculadora; participaram de forma rotineira de programas de treinamento orientado introduo de produtos e processos; e de programas de gesto da qualidade ou de modernizao organizacional, como melhoramento das instalaes dos apirios (posicionamento adequado das caixas de abelha) e correes no manejo sanitrio, diviso dos enxames e substituio da abelha rainha.
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ndice de inovao e aprendizagem e seus fatores condicionantes do arranjo produtivo local de apicultura no
nordeste paraense
Tabela 1
Distribuies absolutas e relativas da classificao das empresas apcolas paraenses por ndice de inovao e aprendizagem.
ndices Baixo Intermedirio Alto
n % n % n % Introduo de inovaes (IIIN) 33 41,77 18 22,78 28 35,44 Inovaes realizadas (IIRE) 30 37,97 38 48,10 11 13,92 Treinamento e capacitao (ITCA) 50 63,29 29 36,71 0 0,00 Fontes internas de informao (IFII) 39 49,37 34 43,04 6 7,59 Fontes externas de informao (IFEI) 12 15,19 64 81,01 3 3,80 Outras fontes de informao (IOFI) 65 82,28 12 15,19 2 2,53 Inovao e aprendizagem (IIA) 44 55,70 35 44,30 0 0,00
Fonte: Dados da pesquisa.
Conforme mostrado, nenhum apicultor entrevistado registrou elevado nvel de inovao e aprendizagem, podendo est associado, sobretudo, ao baixo desempenho atribudo aos ndices de treinamento e capacitao e outras fontes de informao.
Os dados descritos na Tabela 2 revelam que todas as grandes empresas apcolas apresentaram nvel de inovao e aprendizagem intermedirio, enquanto parcela majoritria dos mini e pequenos apicultores pesquisados registrou baixo nvel de inovao e aprendizagem. Esses resultados indicam que se devem estabelecer medidas de polticas pblicas, principalmente a essas empresas de mini e pequeno porte, possibilitando a adoo e ampliao de inovaes tecnolgicas e formas de aprendizagem com o intuito de torn-las mais eficiente, j que, conforme Chavas et al. (2010), o acmulo de conhecimentos e o emprego de inovaes tecnolgicas propiciam maior eficincia aos sistemas produtivos.
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Tabela 2
Distribuies absolutas e relativas da classificao do ndice de inovao e aprendizagem (IIA) por
porte das empresas apcolas paraenses e comparaes mltiplas de mdias.
IIA Mini (I) Pequena (II) Mdia (III) Grande (IV)
n % n % n % n % Baixo 12 66,67 20 66,67 12 52,17 0 0,00 Intermedirio 6 33,33 10 33,33 11 47,83 8 100,00 Alto 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 Total 18 100,00 30 100,00 23 100,00 8 100,00 Teste Grupos Diferena de mdias Erro padro Sig.
I e II -0,0208 0,0208 0,80 I e III -0,0298 0,0220 0,61 I e IV -0,1508 0,0297 0,00 II e I 0,0208 0,0209 0,80 II e III -0,0091 0,0194 0,97 II e IV -0,1300 0,0278 0,00 III e I 0,0298 0,0220 0,61 III e II 0,0091 0,0194 0,97 III e IV -0,1209 0,0287 0,00 IV e I 0,1508 0,0297 0,00 IV e II 0,1300 0,0278 0,00
IV e III 0,1209 0,0287 0,00
Scheff
Fonte: Dados da pesquisa.
Verifica-se tambm pela Tabela 2 que, conforme esperado, a grande empresa apcola registrou o maior ndice mdio de inovao e aprendizagem, podendo ser decorrente do fato desse grupo de apicultores serem o que mais investiu na realizao de inovaes, em atividades de treinamento e capacitao, assim como pela importncia dada s fontes de informao para o aprendizado. Em contrapartida, os mini apicultores tiveram a menor mdia do IIA, visto que grande parte dessas caractersticas no fez parte da prtica adotada por tais produtores. Ademais, constata-se, com base no teste de Scheff de comparaes mltiplas de mdias, que h diferena significativa nos ndices mdios de inovao e aprendizagem entre a grande empresa apcola e as empresas de mini, pequeno e mdio porte, com 95% de confiana.
No tocante localizao, observa-se que apesar de o municpio de Capito Poo liderar a maior produo de mel paraense, percebe-se, por meio da Tabela 3, que parcela majoritria (60,61%) de suas empresas apcolas obteve baixo nvel de inovao e aprendizagem. Essa classificao tambm prevalece em mais da metade das empresas apcolas entrevistadas do municpio de Ourm, indicando que no h diferena significativa nos ndices mdios de inovao e aprendizagem das empresas apcolas localizadas nesses dois municpios, com 95% de confiana, considerando o teste de Scheff.
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ndice de inovao e aprendizagem e seus fatores condicionantes do arranjo produtivo local de apicultura no
nordeste paraense
Com base nesse teste, constata-se ainda que o IIA mdio das empresas apcolas de Capito Poo tambm no significativamente diferente das sediadas em Igarap-Au.
Tabela 3
Distribuies absolutas e relativas da classificao do ndice de inovao e aprendizagem (IIA) por
localizao das empresas apcolas paraenses e comparaes mltiplas de mdias.
IIA Capito Poo (CP) Ourm (O) Igarap-Au (IA)
n % n % n % Baixo 20 60,61 16 55,17 8 47,06 Intermedirio 13 39,39 13 44,83 9 52,94 Alto 0 0,00 0 0,00 0 0,00 Total 33 100,00 29 100,00 17 100,00 Teste Grupos Diferena de mdias Erro padro Sig.
CP e O -0,0047 0,0205 0,97 CP e IA -0,0245 0,0240 0,60 Scheff O e CP 0,0047 0,0205 0,97
O e IA -0,0198 0,0246 0,72 IA e CP 0,0245 0,0240 0,60 IA e O 0,0198 0,0246 0,72
Fonte: Dados da pesquisa.
A Tabela 4 apresenta a contribuio absoluta e relativa dos indicadores do ndice geral de inovao e aprendizagem das empresas apcolas paraenses, mostrando a contribuio de cada indicador na formao do IIAG. Dentre os indicadores analisados, constata-se que fontes externas de informao e introduo de inovaes registraram as maiores contribuies para a composio do IIAG, respectivamente, 20,47% e 19,21%. Por outro lado, o indicador concernente a outras fontes de informao obteve o pior resultado, correspondendo a 10,91% na composio do ndice.
De posse dos dados da Tabela 4, tambm se pode inferir que, em termos mdios, o ndice de inovao e aprendizagem das empresas apcolas paraenses configura-se como baixo, porm prximo ao nvel intermedirio. Verifica-se ainda que os indicadores referentes introduo de inovaes, inovaes realizadas e fontes externas de informao registraram nvel intermedirio de inovao e aprendizagem, enquanto os demais indicadores apresentaram baixo nvel de inovao e aprendizagem.
Tabela 4
Participao dos indicadores na composio do ndice geral de inovao e aprendizagem (IIAG)
Indicador Valor absoluto Valor relativo IIAj* Introduo de inovaes 0,0928 19,21 0,5570 Inovaes realizadas 0,0857 17,74 0,5142 Treinamento e capacitao 0,0704 14,57 0,4225 Fontes internas de informao 0,0826 17,10 0,4958 Fontes externas de informao 0,0989 20,47 0,5935 Outras fontes de informao 0,0527 10,91 0,3165 Total 0,4832 100,00 0,4832
Nota. * Corresponde ao ndice geral de inovao e aprendizagem por ndices. Fonte: Dados da pesquisa.
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3.2 Condicionantes do nvel de inovao e aprendizagem
Para verificar os condicionantes do nvel de inovao e aprendizagem dos apicultores paraenses, estimaram-se os parmetros por meio da regresso quantlica para os quantis 0,25; 0,50 e 0,75, buscando captar a influncia desses condicionantes ao longo de pontos distintos da distribuio condicional dos ndices de inovao e aprendizagem e no somente na mdia, cujos resultados se encontram na Tabela 5.
Conforme se verifica, o parmetro da varivel tempo de atuao da empresa apcola (TAE) mostrou-se significante a 10% somente na parte inferior da distribuio dos nveis de inovao e aprendizagem e apresentou sinal positivo, indicando que o nvel de inovao e aprendizagem das empresas apcolas que fazem parte desse grupo cresce com o aumento do tempo de exerccio nessa atividade. Esse resultado pode ser corroborado por Barbosa e Sousa (2013) ao constatarem que a inovao tecnolgica dos apicultores aumenta com o acrscimo da experincia adquirida nas tcnicas apcolas, captada pelo tempo de exerccio nesta atividade.
A escolaridade (ESC) contribui para a melhoria dos nveis de inovao e aprendizagem das empresas apcolas em todos os quantis avaliados, sendo que os parmetros dessa varivel se mostraram significantes a 10% no quantil 25 e a 5% nos quantis 50 e 75. Isso sinaliza que os apicultores com maior nvel de instruo dispem de maior nvel de inovao tecnolgica e maior conhecimento sobre as fontes de informao utilizadas para obteno da aprendizagem da atividade apcola. Essa relao positiva entre escolaridade e inovao tecnolgica consenso na literatura econmica, sendo observada, por exemplo, nos estudos recentes desenvolvidos por Sousa et al. (2011), Barbosa e Sousa (2013) e Sobreira (2014).
A idade (IDAD) e a participao em atividades cooperativas (COOP) no se referem a fatores relevantes para explicar as diferenas observadas nos nveis de inovao e aprendizagem dos apicultores entrevistados, uma vez que os parmetros dessas variveis no foram significantes em nenhuma das regresses estimadas. Resultado semelhante quanto varivel cooperativismo foi encontrado por Sousa et al. (2011) ao mencionarem que essa varivel no foi considerada fator determinante para explicar as diferenas entre os nveis de aprendizagem dos produtores e, por Barbosa e Sousa (2013) ao ressaltaram que tal varivel no influenciou o nvel de inovao tecnolgico dos apicultores.
No tocante ao nmero de colmeias povoadas (COLM), verifica-se a existncia de uma relao positiva com os nveis de inovao e aprendizagem das empresas apcolas em todos os quantis
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ndice de inovao e aprendizagem e seus fatores condicionantes do arranjo produtivo local de apicultura no
nordeste paraense
estimados. Esse resultado indica que uma maior quantidade de colmeias necessita de maiores investimentos com inovao tecnolgica e formas de aprendizagem. De acordo com Barbosa e Sousa (2013), esse efeito positivo garante maior competitividade.
Tabela 5
Estimativa das variveis explicativas do nvel de inovao e aprendizagem das empresas apcolas
por meio do modelo de regresso quantlica. Variveis explicativas Quantis
0,25 0,50 0,75 Constante 0,2006
(0,004)
0,1886 (0,005)
0,0056 (0,126)
0,0088 (0,018)
0,0001 (0,874)
0,0002 (0,001)
0,0054 (0,788)
0,0431 (0,021)
0,0624 (0,026)
0,0202 (0,355)
Nota. Os valores entre parnteses referem-se ao p-value. Fonte: Dados da pesquisa.
O efeito da participao e, ou conhecimento sobre algum tipo de programa ou aes especficas para o segmento apcola promovido pelo governo federal (POLFED) sobre os nveis de inovao e aprendizagem das empresas apcolas foi positivo e significante em toda a distribuio. Isso significa que a participao dos apicultores em projetos de mbito federal, como o Programa de Aquisio de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE) influenciam positivamente os nveis de inovao e aprendizagem, uma vez que precisam se adequar s exigncias desses programas federais. Essa relao positiva confirmada no estudo de Sobreira (2014) ao verificar que o PAA foi capaz de diferenciar os apicultores beneficirios dos no beneficirios do programa quanto ao nvel tecnolgico. Portanto, esse programa influenciou a adoo de prticas e tcnicas recomendadas que determinem diretamente o nvel tecnolgico de seus beneficirios.
Quanto s dummies locacionais, constata-se que as empresas apcolas localizadas no municpio de Igarap-Au registraram maiores nveis de inovao e aprendizagem quando comparados com as que fazem parte do municpio de Capito Poo, sendo contrrio ao esperado, visto que o municpio de
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0,2825 (0,001)
0,0041 (0,357)
x1 (TAE) 0,0067 (0,079)
x2 (ESC) 0,0074 (0,053)
0,0101 (0,026)
-0,0010
(0,322)
x3 (IDAD) -0,0001 (0,874)
x4 (COLM) 0,0002
(0,001)
0,0002 (0,006)
0,0010 (0,967)
x5 (COOP) -0,0207
(0,328)
x6 (POLFED) 0,0366
(0,058)
0,0385 (0,088)
0,0833 (0,015)
x7 (IGARAPE) 0,0969
(0,001)
x8 (OUREM) 0,0275
(0,225)
0,0385 (0,150)
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Capito Poo se destaca com a maior quantidade produzida de mel do Estado do Par, onde se localiza as grandes empresas apcolas paraenses. Ademais, pode-se inferir que as empresas apcolas sediadas em Ourm apresentam os mesmos nveis de inovao e aprendizagem das localizadas em Capito Poo, visto que os parmetros da varivel OUREM no foram significantes. Esse resultado pode est associado ao fato de utilizarem similares ndices de inovao e aprendizagem.
4. CONCLUSES
As empresas apcolas paraenses que fazem parte do Arranjo Produtivo Local de Apicultura configuram-se como baixo nvel de inovao e aprendizagem, sendo que, dos seis indicadores considerados, trs deles (treinamento e capacitao, fontes internas de informao e outras fontes de informao) classificam-se como baixo, sendo que este ltimo indicador deteve o pior resultado. Em contrapartida, fontes externas de informao e introduo de inovaes registram as maiores contribuies para a composio do ndice geral de inovao e aprendizagem.
O nvel de escolaridade, o nmero de colmeias povoadas e a participao e, ou conhecimento sobre algum tipo de programa ou aes especficas para o segmento apcola promovido pelo governo federal exerceram efeitos positivos sobre o ndice de inovao e aprendizagem dos apicultores em todos os quantis avaliados, enquanto a varivel tempo de atuao da empresa apcola somente influenciou o IIA na parte inferior da distribuio.
Ademais, pode-se inferir que a idade e a participao em atividades cooperativas no representam fatores relevantes para explicar as diferenas observadas nos nveis de inovao e aprendizagem dos apicultores.
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INNOVATION INDEX AND LEARNING FACTORS AND THEIR ARRANGEMENT CONDITIONING PRODUCTIVE BEEKEEPING PLACE IN NORTHEAST PARAENSE
ABSTRACT
This paper aims to measure the level of innovation and learning beekeeping businesses that are part of
the Local Productive Arrangement of beekeeping in Northeast of Par and to identify the factors that
influence the level of innovation and learning of these beekeepers. An index was developed and used
to measure the level of innovation and learning. To identify the determinants, the quantile regression
model was used. The results show that the vast majority of the beekeeping companies exhibit low level
of innovation and learning, with the indicators related to the external source of information and
introduction of innovations contributed the most to the composition of the index and the other sources
of information showed the worst result. In addition, it is concluded, that the level of schooling, the
number of populated hives, participation and knowledge about a program or specific actions for the
beekeeping sector promoted by the federal government exerted positive effect on level of innovation
and learning of beekeepers in all quantiles evaluated.
Key-words: Indicators; Determinants; Quantile regression; Honey production.
___________________
Data do recebimento do artigo: 01/09/2014
Data do aceite de publicao: 15/05/2015
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Copyright Milton de Abreu Campanario 2015
Abstract
This paper aims to measure the level of innovation and learning beekeeping businesses that are part of
the Local Productive Arrangement of beekeeping in Northeast of Par and to identify the factors that
influence the level of innovation and learning of these beekeepers. An index was developed and used
to measure the level of innovation and learning. To identify the determinants, the quantile regression
model was used. The results show that the vast majority of the beekeeping companies exhibit low level
of innovation and learning, with the indicators related to the external source of information and
introduction of innovations contributed the most to the composition of the index and the other sources
of information showed the worst result. In addition, it is concluded, that the level of schooling, the
number of populated hives, participation and knowledge about a program or specific actions for the
beekeeping sector promoted by the federal government exerted positive effect on level of innovation
and learning of beekeepers in all quantiles evaluated.
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