RAI Revista de Administrao e Inovao ISSN: 1809-2039
Organizao: Comit Cientfico Interinstitucional Editor Cientfico: Milton de Abreu Campanario Avaliao: Double Blind Review pelo SEER/OJS Reviso: Gramatical, normativa e de formatao
Caros leitores:
Com grande prazer, trazemos at voc mais um nmero da RAI - Revista de Administrao e Inovao. Ele tem como caracterstica distintiva sua concentrao nos temas da administrao de micro, pequenas e mdias empresas assim como do empreendedorismo.
Tais temas so o centro de duas grandes necessidades de pesquisa acadmica avanada no Brasil, que perduram h dcadas, apesar das contribuies dessas empresas e do empreendedorismo serem de grande relevncia e notrias no pas. Reconhecendo e buscando atender essas necessidades, um grupo de mais de 30 pesquisadores brasileiros criou em fevereiro deste ano a Anegepe Associao Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gesto de Pequenas Empresas (http://www.anegepe.org/
Web End =www.anegepe.org ). Em paralelo, numerosos grupos de pesquisa esto se formando nas universidades e enfocando os temas. No fim de outubro de 2011, o sistema online de grupos de pesquisa do CNPq lista a existncia de 74 grupos no Brasil para uma busca automtica com o uso da expresso pequena empresa, 36 para micro empresas e 39 para mdias empresas. Do mesmo modo, o sistema gera como resultado 233 grupos para empreendedorismo. O nvel de importncia scio-econmica do tema na vida do dia a dia dos brasileiros se aproxima da possibilidade de ter seu paralelo no mundo acadmico nacional.
Os dez artigos deste nmero da revista so relevantes contribuies para atender as duas grandes necessidades de pesquisa. Os sete primeiros so provenientes de outro expoente do desenvolvimento de estudos dirigidos a elas: o Egepe Encontro de Estudos em Empreendedorismo e Gesto de Pequenas Empresas, organizado pela Anegepe a partir de 2011. Os sete artigos so do evento realizado em 2010 em Recife e foram selecionados na RAI depois do recebimento de 20 trabalhos encaminhados pelos organizadores daquela edio do congresso. Outros numerosos trabalhos foram dirigidos por eles a mais revistas acadmicas nacionais. Dada a sua afinidade temtica com os demais, os dois ltimos artigos dos nove seguem tambm nesta edio aps terem passado pelos trmites regulares de submisso e de seleo da revista.
O artigo de abertura desta edio se intitula A Representao do Vinho do Vale do So Francisco na Mdia e da autoria de Angela Cristina Rocha de Souza, Juliana Silva Macedo e Srgio Carvalho Bencio Mello. Eles reconhecem a dificuldade dos empreendedores para conseguirem espao
Editorial do vol. 8. No. 3
de mercado para um produto inovador e de uma regio que no tradicionalmente reconhecida como produtora do produto em questo. Tratam, a partir dessa considerao, do desafio da vitivinicultura do Vale do So Francisco para ser reconhecida como produtora de vinhos finos de qualidade. Reconhecendo a dimenso significativa da representao cultural, os coautores tm por objetivo gerar para o leitor a compreenso de como esto sendo formadas as representaes associadas ao vinho do Vale do So Francisco na mdia. Nos resultados do estudo, destacam que a representao cultural do vinho [do Vale do So Francisco] tem ocorrido de forma estigmatizada, permeada por preconceitos e que a predominncia dos aspectos negativos na representao do produto causa distanciamento do reconhecimento buscado pelos produtores.
Por sua vez, Vnia Maria Jorge Nassif, Tales Andreassi e Fabola Simes so autores de Competncias Empreendedoras: H Diferenas entre Empreendedores e Intraempreendedores? Seu trabalho tem por objetivo identificar se h competncias que distinguem empreendedores de intraempreendedores. Eles definem o empreendedor como aquele que abre e gerencia seu negcio e o intraempreendedor visto como um ator dentro das organizaes que persegue oportunidades independentemente dos recursos que controla. Fizeram uma pesquisa qualitativa exploratria. Os resultados mostram que os empreendedores tm competncias distintas dos intraempreendedores que so focadas em diferentes aspectos que influenciaram a vida deles, tais como motivaes pessoais, diferentes maneiras de dirigirem seus negcios, apoio da famlia e a construo de suas carreiras profissionais.
No campo da estratgia de pequenas empresas, verton Lus Pellizzaro de Lorenzi Cancellier e Andreia Regina Campos Salum fizeram o artigo Monitoramento do Ambiente e Desempenho em Pequenas Empresas com o objetivo de analisar a relao entre as prticas de monitoramento do ambiente e o desempenho em pequenas empresas. Eles estudaram 92 empresas com base na anlise de varincia ANOVA. Os resultados corroboraram parcialmente a existncia de uma relao positiva entre prticas de monitoramento e o desempenho em empresas de pequeno porte. Segundo os autores, a frequncia de monitoramento de aspectos do ambiente e a frequncia de acesso de fontes de informao aparecem nos resultados associadas com alguma das medidas de desempenho.
Outra contribuio relevante e muito interessante aquela feita por Jos Roberto Ferreira Guerra e Fernando Gomes Paiva Jnior com o ttulo Empreendedorismo Cultural na Produo Cinematogrfica: A Ao Empreendedora de Realizadores de Filmes Pernambucanos. O objetivo dos autores, no estudo qualitativo realizado, foi compreender a ao empreendedora da produo cinematogrfica no estado brasileiro de Pernambuco, Estado do qual a produo cinematogrfica tem recebido reconhecimento. As dimenses discursivas reveladas a partir da anlise de entrevistas em profundidade apontam para uma demanda por novos formatos e estruturas organizacionais orgnicas
para a produo flmica. Os resultados evidenciam ainda que a gesto da produo dos filmes feita segundo uma dinmica organizacional baseada na colaborao, em aventuras conjuntas, em uma governana invisvel e na tomada de deciso colegiada em rede. Segundo os autores, a tecnologia social colegiada possibilita a gerao de capital intelectual, social, econmico e cultural.
Intercalando mais uma vez os trabalhos sobre empreendedorismo com aqueles sobre administrao de micro, pequenas e mdias empresas, o quinto artigo, feito por Helio Morrone Cosentino, Patrcia Gomes Vidal e Salvatore Benito Virgillito, consiste em um estudo exploratrio da gesto do conhecimento e da competitividade em empresas de pequeno porte exportadoras de autopeas. Seu objetivo foi estudar as singularidades da tecnologia da informao (TI) quanto forma de subsidiar insumos e estruturas para a prtica de gesto do conhecimento nessas empresas. A anlise de dados das 15 pequenas empresas da pesquisa permitiu identificar a presena da gesto do conhecimento nelas, verificar que abordagem era usada para aplicar a tecnologia da informao nas organizaes e, por ltimo, buscou evidenciar o possvel alinhamento ou no da gesto do conhecimento com a gesto da tecnologia da informao. Os autores concluram que a formao de conhecimento no passiva e espontnea a todo o momento; um processo baseado em fluxos que podem ser regulados por meio das estruturas organizacionais, sistemas e competncias individuais dos colaboradores internos e externos.
Em outro artigo, intitulado Empreendedorismo e Desenvolvimento: Uma Relao em Aberto, Eda Castro Lucas Souza e Gumersindo Sueiro Lopez Jnior analisam a relao entre a Total Entrepreneurship Activity (TEA), um indicador de empreendedorismo divulgado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de pases selecionados. Utilizam dados dos relatrios do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e do PNUD para fazer a anlise de correlao de Pearson. O principal resultado deste estudo mostra que todas as correlaes encontradas so negativas. Ou seja, os resultados so contra-intuitivos. Os autores concluem destacando que isso remete a uma reflexo sobre a relao normalmente aceita entre empreendedorismo e desenvolvimento.
O stimo artigo oferece uma panormica das redes de cooperao em produo cientfica observveis nos trabalhos do Egepe. Com a autoria de Susana Gauche Farber, Marianne Hoeltgebaum e Beatriz Klemz, o objetivo do estudo bibliomtrico foi levantar os principais autores e as principais obras citadas nos trabalhos sobre empreendedorismo e administrao de micro, pequenas e mdias empresas apresentados no referido evento acadmico. Foram analisados 205 artigos do perodo de 2000 a 2008 que continham a palavra empreendedor, empreendedorismo e empreender no ttulo, nas palavras-chave ou no resumo. A anlise de redes sociais realizada com o software UCINET revelou associao entre autores, obras e campos de estudos. A rede de cooperao que mais envolve
pesquisadores se destaca por ligar seis obras publicadas por quatro pesquisadores: Filion, Dolabela, Dornelas e Degen e h de se notar que Filion e Dolabela participam da rede com duas obras.
Em seguida, com seu ensaio baseado em uma extensa reviso de literatura, Cndido Borges trata do papel do capital social individual do empreendedor na criao de empresas tecnolgicas. O objetivo perseguido foi analisar como o capital social individual de um empreendedor pode colaborar para o processo de criao de uma empresa de base tecnolgica e, a partir desta anlise, formular proposies que possam balizar pesquisas empricas sobre o tema. Catorze proposies tericas so apresentadas e reunidas em cinco grupos de atividades crticas para o processo de criao de uma empresa de base tecnolgica: 1) identificao das oportunidades de negcio, 2) acesso aos recursos financeiros, 3) aprendizagem de novas tecnologias, 4) legitimao da empresa nascente, e 5) trabalho em equipe e parcerias.
O artigo dos autores Guilherme Esteves e Jouliana Jordan Nohara trata do tema Fatores Crticos Estabilidade das Alianas Estratgicas das Micro e Pequenas Empresas. Isso caracteriza mais uma contribuio para o campo da estratgia de empresas de pequeno porte. O objetivo do artigo consiste em identificar, com o estudo de caso qualitativo empreendido, os principais fatores que levaram dissoluo das alianas estratgicas das micro e pequenas empresas estudadas, de dois consrcios de exportao do setor txtil no Estado de So Paulo. Os fatores identificados so externos s alianas, tais como econmicos, legais e culturais, assim como internos s alianas, tais como falta de confiana e incluso de empresas com foras desiguais, alm de fatores crticos relacionados instabilidade.
O dcimo artigo de autoria de Ana Teresa da Silva Nto e Rivanda Meira Teixeira intitulado Mensurao do Grau de Inovao de Micro e Pequenas Empresas: Estudo em Empresas da Cadeia Txtil-Confeco em Sergipe trata de mensurar o grau de inovao em MPE da cadeia txtilconfeco. Foi realizada uma survey constituda de 82 micro e pequenas empresas participantes dos APLs localizados em Tobias Barreto, Itabaianinha e Aracaju. A ferramenta utilizada para medir o grau de inovao foi baseada no instrumento Radar da Inovao, desenvolvido por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006). O grau de inovao mdio das empresas avaliadas na amostra foi de 2,1, indicando que a inovao ainda incipiente nesse grupo de empresas. Os melhores resultados foram obtidos nas dimenses plataforma e marca, enquanto as dimenses processos, agregao de valor, cadeia de fornecimento e organizao obtiveram as menores pontuaes.
O conjunto de artigos aqui apresentados constitui uma contribuio a mais para o amadurecimento da pesquisa em empreendedorismo e em administrao de micro, pequenas e mdias empresas no Brasil. Ele pode constituir uma fonte de inspirao e uma base para novos estudos mais avanados em nosso pas. Esses processos de amadurecimento e de avano so no apenas bem-
vindos, mas necessrios. Com eles, ser possvel preparar melhor trabalhadores, empreendedores, profissionais, professores e pesquisadores para fortalecerem nosso desenvolvimento scio-econmico. Com eles, poderemos ter mais conhecimentos e competncias para empreender melhor e para dirigir melhor a maioria das nossas organizaes.
tima leitura a todos!
Prof. Dr. Edmilson Lima
Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Administrao Uninove
Secretrio geral da Anegepe
Colaborador na edio deste nmero da RAI
Prof. Dr. Milton de Abreu Campanario
Editor Cientfico - RAI
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