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CARACTERSTICAS DAS MICRO-EMPRESAS NO SETOR DE SERVIOS PRODUTIVOS INTENSIVOS EM INFORMAO E CONHECIMENTO
Roberto Carlos Bernardes
Doutorado em Sociologia - USP
Professor do Centro Universitrio da FEI E-mail: [email protected] [Brasil]
Tales Andreassi
Professor da Fundao Getlio Vargas EAESP/FGV
Doutorado em Administrao FEA/USP
E-mail: [email protected] [Brasil]
RESUMO
O objetivo deste trabalho analisar algumas caractersticas das microempresas do setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento (SPIICs) frente s demais empresas de servios. Esse tema mostra-se relevante dada a crescente importncia conquistada pelo setor de servios na atividade econmica e nos fluxos comerciais internacionais, bem como pela especificidade dos SPIICs, cuja dinmica de inovao tecnolgica parte integrante de seu padro de funcionamento e de sua forma de relacionamento intersetorial. Os SPIICs so compostos por: servios de telecomunicaes; informtica e atividades conexas, P&D, servios tcnicos s empresas e servios audiovisuais. Para o desenvolvimento deste estudo foi utilizada a base de informaes e os indicadores gerados pela PAEP 2001, sendo esta uma pesquisa de ampla cobertura sobre o setor de servios no Estado de So Paulo.
Palavras-chave: Empreendedorismo, Empreendedorismo em servios
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RAI - Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 2, n. 1, p. 20-33, 2005.
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Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
1 INTRODUO
O setor de servios exerce um papel fundamental na integrao econmica das economias avanadas, no exclusivamente pela sua funo geradora de emprego e renda, mas tambm pela importncia crescente dessas atividades na sua interface com a indstria para o fomento do progresso e a criao da riqueza social. A formao de uma economia de servios e a sua central importncia na produo do conhecimento nas trajetrias bem-sucedidas de inovao tecnolgica e de mudana social reconhecidamente crucial para a emergncia das chamadas economias baseadas em conhecimento, conforme relatam Bonden e Miles (2000).
De fato, desde o ps-guerra, com o reconhecimento do progresso tecnolgico como fora motriz do crescimento econmico, as agncias governamentais, organizaes multilaterais e instituies produtoras de informaes tm mobilizado grandes esforos no sentido de construir metodologias capazes de mensurar a nova dinmica e a natureza da mudana tecnolgica nas economias hegemnicas (MILLES, 1995, 2001). Nesse sentido, as evidncias sinalizam para a presena de tendncias nas economias contemporneas. Simultaneamente constatao de que as economias so cada vez mais baseadas no conhecimento e no aprendizado proporcionado pela interao social, verifica-se o aumento da participao do setor de servios na atividade econmica e nos fluxos comerciais internacionais (GERSHUNY e MILLES, 1983; KON, 2004; MIOZZO e SOETE, 2001).
De acordo com a Organization for Economic Co-operation and Development (2001), em 1960 os servios representavam cerca de 46% do emprego formal e 53,2% do PIB dos pases do G7. Em 1997, servios j respondiam por 71% no Reino Unido, 70% na Alemanha, 71% nos EUA, 70% na Sucia, 71% na Frana, 72% no Canad. Enquanto se assiste ao declnio da participao da indstria na gerao relativa e absoluta do emprego formal, o setor de servios tem contribudo de forma cada vez mais intensa na gerao de riquezas e na balana comercial das economias industriais avanadas, conforme pode ser visualizado no Tabela 1.
Tabela 1 - Participao do Setor de Servios na Economia Mundial
Comrcio de Servios - 1996
Participao no PIB Participao no
Emprego Participao no PIB % na Conta Corrente
1987 1997 Cresc.
Anual 1987 1997
Receitas
Correntes
Despesas
Correntes
Austrlia 64.9 70.6 5.7 68.1 72.7 4.6 4.7 4.7 0.0 21.2 17.9 ustria 64.1 68.2 4.1 53.7 63.8 10.1 15.9 12.7 3.2 33.3 25.7 Blgica 68.6 71.3 2.7 68.2 71.4 3.2 12.7 11.8 0.9 14.0 13.8 Canad 66.8 71.6 4.8 70.0 73.0 3.0 4.9 6.1 -1.1 11.4 14.2 Repb.Tcheca 50.5 58.4 7.9 40.5 25.5 12.0 14.5 11.2 3.4 25.8 17.4 Dinamarca 71.6 72.1 0.5 66.0 69.5 3.5 ... ... ... ... ...Finlndia 61.6 66.3 4.7 58.4 65.5 7.1 5.8 7.0 -1.2 14.1 18.7 Frana 66.9 71.5 4.6 62.2 69.9 7.7 5.4 4.4 1.1 19.2 16.2 Alemanha 64.0 69.9 5.9 55.4 60.2 4.8 3.6 5.5 -1.9 12.1 18.0 Grcia 61.1 67.9 6.8 45.0 56.9 11.9 10.7 3.4 7.3 50.3 14.7 Hungria ... ... ... ... 57.0 ... 11.2 7.8 3.4 22.0 14.3Irlanda 57.0 55.6 -1.4 57.0 61.7 4.7 7.9 18.6 -10.7 9.0 21.6 Itlia 61.9 66.9 5.0 56.8 61.2 4.4 5.8 5.6 0.2 18.8 20.5 Japo 56.8 60.2 3.4 57.9 61.6 3.7 1.5 2.8 -1.4 9.7 20.5 Coria 47.2 51.4 4.2 45.5 57.7 12.2 4.8 6.1 -1.3 14.5 16.1 Luxemburgo 66.9 75.0 8.1 62.7 71.8 9.1 12.7 11.8 0.9 14.0 13.8 Mxico 63.3 68.4 5.1 ... 54.1 ... 3.3 3.3 0.0 9.4 9.2 Nova Zelndia 65.1 66.6 1.5 62.2 67.6 5.4 7.2 7.6 -0.5 21.5 20.5 Noruega 66.0 65.9 -0.1 66.3 71.6 5.3 8.9 8.5 0.4 20.1 22.6
Cresc.
Anual Export. Import. Saldo
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Polnia ... ... ... ... 47.5 ... 7.3 4.8 2.5 23.6 14.3Portugal 56.1 60.9 4.8 42.9 54.8 11.9 7.5 6.3 1.2 17.6 14.2 Espanha 50.3 70.9 11.6 52.5 61.7 9.2 7.6 4.2 3.4 25.7 14.3 Sucia 66.3 70.5 4.2 66.3 71.3 5.0 6.9 7.7 -0.8 14.6 17.1 Sua 60.8 63.5 2.7 57.5 68.6 11.1 8.9 4.7 4.2 18.1 11.2 Turquia 49.1 54.2 5.1 31.0 34.7 3.7 7.2 3.5 3.7 25.3 11.9 Reino Unido 66.1 70.8 4.7 64.8 71.3 6.5 7.1 6.1 1.0 16.4 14.1 Estados Unidos 68.3 71.4 3.1 69.9 73.4 3.5 3.2 2.0 1.1 22.1 12.6
Fonte: Organization for Economic Co-operation and Development (2001) (...) Dado no disponvel.
Para este trabalho foi selecionado um conjunto de setores de atividades de servios associados produo, cuja dinmica de inovao tecnolgica parte integrante de seu padro de funcionamento e de sua forma de relacionamento intersetorial, localizando-se no epicentro das transformaes econmicas e sociais das economias avanadas. Esses setores, ora denominados de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento (SPIICs), so compostos por: servios de telecomunicaes; informtica e atividades conexas, pesquisa e desenvolvimento, servios tcnicos prestados s empresas e servios audiovisuais.
Paralelamente a isso, o apoio s micro e pequenas empresas tornou-se um tema bastante discutido no Brasil, seja no discurso de posse do Presidente Lula, seja nas dezenas de artigos que saem na imprensa diariamente, nas vrias palestras sobre o assunto oferecidas pelo mercado, ou na mobilizao das grandes escolas de Administrao do pas, que vm criando seus centros de estudo de empreendedorismo e cursos especficos sobre o tema. Sua contribuio para a economia de um pas marcante, como pode ser constatado pela pesquisa desenvolvida por Robbins et al (2000), citada por Torres (2004). Nessa pesquisa, ao se analisarem 48 estados norte-americanos durante 10 anos, constatou-se que os estados com maior porcentagem de empresas com menos de 20 empregados apresentaram maiores taxas de crescimento de produtividade e produto interno e, ao mesmo tempo, menores taxas de inflao e desemprego. Nesse mesmo sentido, Barini Filho e Cardoso (2003) indicam que nos Estados Unidos as pequenas e mdias empresas geraram 34 milhes de novos empregos nos ltimos 10 anos, ao passo que as 500 maiores do ranking da Revista Fortune perderam cinco milhes.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar algumas caractersticas das micro- empresas do setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento (SPIICs) frente s demais empresas de servios, caractersticas essas relacionadas tanto figura do empreendedor quanto prestao do servio em si. Para o desenvolvimento deste estudo foi utilizada a base de informaes e indicadores gerados pela Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001), sendo esta uma pesquisa de ampla cobertura sobre o setor de servios no Estado de So Paulo.
O trabalho est organizado em 4 itens, alm desta introduo. O item 2 relata a metodologia utilizada no estudo. O item 3 relaciona algumas caractersticas do empreendedor nos SPIICs. O item 4 trata de algumas caractersticas da prestao de servios nos SPIICs. Por fim, o item 5, concluso, finaliza o estudo.
2 METODOLOGIA
O termo Servios Produtivos Intensivos em Informao e Conhecimento (SPIICS) uma traduo tropicalizada do termo consagrado na literatura internacional sobre estudos da inovao no setor de servios dos chamados KIBS (knowledge intensive business services)1. A
origem do termo KIBS incerta, mas podemos mencionar que ele foi empregado pela
primeira vez no projeto Innovation Programme Directorate General for Telecommunications,
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Information Market and Exploitation of Research financiado pela OECD e conduzido por Milles (1995).
Os SPIICS, segundo Nhlinder (2002) e Broch e Isaksen (2004) tm como principais caractersticas: alta performance na gerao de renda, divisas e valor adicionado; tendncia internacionalizao das suas atividades negociais; atuam como verdadeiros agentes facilitadores de inovao. Sua dinmica concorrencial est baseada na disseminao de novos padres tecnolgicos para os servios;
atuam com fontes difusoras da inovao. Criam, produzem, desenvolvem e difundem conhecimentos para outras firmas e setores da economia;
so intensivos no uso de recursos humanos de alta qualificao; so formados por empresas implementadoras e usurias de inovaes; realizam e vendem servios de P&D; apresentam taxas elevadas de crescimento na economia, e; por oferecerem servios customizados apresentam alta interao produtorusurio (intensive-information e intensive-client).
Este trabalho tem como fonte de informao a pesquisa PAEP Pesquisa de Atividade Econmica Paulista 2001, que foi realizada pela Fundao SEADE2. Trata-se de uma pesquisa de carter amostral, cuja concepo no setor de servios seguiu o padro censitrio para as empresas com mais de 100 pessoas ocupadas no ano base da pesquisa (2001) e uma amostragem para as empresas abaixo desse limite, gerando uma base primria de, aproximadamente, 8,2 mil empresas. Tais empresas, submetidas aos mtodos de expanso estatstica, formaram um universo de aproximadamente 360 mil empresas do setor de servios do Estado de So Paulo. O perodo de coleta aconteceu entre junho/2002 e julho/2003.
No mbito da PAEP foi includo um questionrio, destinado s microempresas com at 19 pessoas ocupadas, onde se podem avaliar os dados referentes ao empreendedorismo na economia paulista, analisando os motivos e os mtodos adotados pelo empreendedor paulista. As informaes geradas por esse questionrio so utilizadas neste trabalho para delinear o empreendedorismo nos SPIICs, que por sua vez sero comparados s informaes do setor de servios como um todo, obtidos a partir da anlise da PAEP 2001. Considerando o universo de SPIICs e os critrios de expanso amostral, o estudo abrangeu cerca de 150 mil empresas que empregavam de 1 a 19 funcionrios.
A classificao das atividades de servios utilizada pela PAEP foi compatibilizada com o Cdigo Nacional das Atividades Econmicas (CNAE), o qual, por sua vez, harmonizado de acordo com a International Industrial Classification ISIC, terceira reviso (REV 3), preconizada pelas Naes Unidas como instrumento de harmonizao na produo e disseminao de estatsticas econmicas no nvel internacional. Para a operacionalizao deste exerccio de explorao analtica, foi construda uma classificao denominada de SPIICs, que inclui os servios de telecomunicaes; informtica e atividades conexas, pesquisa e desenvolvimento, servios tcnicos s empresas e servios audiovisuais (inclui os segmentos de produo e distribuio de filmes e vdeos, projeo de filmes, rdio e televiso e atividades de agncia de notcias), conforme pode ser verificado no Quadro 1.
Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
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Denominao Referncia na
ISIC-REV 3 Telecomunicaes 64.2 Atividades de Informtica e Conexas 72
Consultoria em sistemas de informtica e Desenvolvimento de programas de informtica 72.1 e 72.2 Processamento de dados e atividades de bancos de dados 72.3 e 72.4 Manuteno e reparao de mquinas de escritrio de informtica e outros atividades deinformtica, no especificadas anteriormente
72.5 e 72.9
Pesquisa e Desenvolvimento 73
Pesquisa e desenvolvimento das cincias fsicas e naturais 73.1 Pesquisa e desenvolvimento das cincias sociais e humanas 73.2 Servios tcnicos s empresas 74 Atividades jurdicas, contbeis e de assessoria empresarial 74.1
Servios de arquitetura e engenharia e de assessoramento tcnico especializado 74.2 Ensaios de materiais e de produtos; anlise de qualidade 74.2 Publicidade 74.3 Servio Audiovisuais 92
Quadro 1 Classificao dos SPIICs utilizada pela PAEP
Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001).
3 CARACTERSTICAS DO EMPREENDEDOR NOS SPIICS
Antes de se iniciar este item, vale ressaltar que embora ao longo deste trabalho o empreendedor tenha sido identificado com o proprietrio de uma micro-empresa dos SPIICs, tal denominao no livre de controvrsias. Embora tais micro-empresas sejam agentes, fontes e usurias de inovao, e esta uma das caractersticas que distingue um empreendedor de um gestor de um pequeno negcio (HIRSRICH e PETERS, 2004; HOWELLS, 2000), sabe-se que muitos dos empreendedores aqui denominados no poderiam ser assim considerados, pelo menos stricto sensu. De qualquer forma, optou-se por considerar somente as micro-empresas (empresas com menos de 20 funcionrios segundo o SEBRAE) no estudo, pelo fato de que, nessas, a probabilidade de se ter o prprio empreendedor presente em sua gesto maior do que se fossem consideradas empresas de portes maiores.
A expanso de um novo mercado em uma economia ou a evoluo da demanda por bens/servios de um mercado desencadeia presses para novos investimentos em empreendimentos e elevam as expectativas de desenvolvimento empresarial, fazendo com que haja a ocorrncia de um movimento de florescimento de novas empresas e do esprito empreendedor de uma economia. A funo empreendedora materializada na criao de uma nova empresa. Por sua vez, o empreendedor freqentemente apresentado sob o arqutipo de um heri que assume os riscos para transformar radicalmente o modo de produzir ou de abrir novos mercados.
Mas h tambm um arqutipo alternativo. O empreendedor tambm um indivduo que tem competncias cognitivas para se inserir em redes, gerenciar interaes, monitorar e antecipar o ambiente externo e identificar oportunidades. Ele vai ingressando gradativamente em um ambiente econmico de clere mutao, identificando oportunidades, capturando nichos e brechas de mercado, criando o seu prprio negcio. Deste modo, o empreendedor vai participando do processo de difuso de novas tecnologias mediante a oferta de bens e servios originais.
Nahlinder (2002) enfatiza que os SPIICs esto desempenhando uma funo estratgica na economia enquanto setores dinmicos de crescimento e ncleos de atrao para a entrada de novos profissionais. Ademais, a oferta de postos de trabalhos caracterizados por
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alta qualificao e remunerao vem estimulando perspectivas de carreiras profissionais mais atraentes. Este cenrio propicia cada vez mais a entrada de novos empreendedores nesses segmentos dos servios.
A partir disso este estudo avaliou essas questes e verificou alguns pontos fundamentais para a compreenso da origem e evoluo do empreendedor (Tabela 2). Em relao ao perodo de constituio das micro-empresas consideradas, verificou-se que 65,5% delas surgiram no perodo entre 1991 e 2001, ou seja, nos ltimos dez anos. Tal percentual no difere muito ao se considerar o total das empresas de servios (63,5%). Contudo, nas atividades de telecomunicaes e informtica observa-se um perodo (1997-2001) de maior atividade no nascimento de empresas, respectivamente, 62% e 47%.
Tabela 2 - Ano de Constituio da Empresa, por Perodo
Em porcentagem
Perodo de Constituio da Empresa
Atividades At 1979 1980-1990 1991-1996 1997-2001 Total TOTAL SERVIOS 13,6 23,0 34,8 28,7 100,0
TOTAL SPIICs 11,5 23,0 38,3 27,2 100,0
Telecomunicaes 0,9 19,2 17,9 62,1 100,0 Atividades de Informtica 2,0 22,8 27,8 47,4 100,0 Pesquisa e Desenvolvimento 4,4 32,5 37,2 25,9 100,0 Servios Tcnicos s Empresas 17,9 20,6 44,9 16,7 100,0 Servios Audiovisuais 10,8 44,2 41,8 3,1 100,0 Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
Um dado interessante analisado na PAEP, questionando o motivo pelo qual foi constitudo o empreendimento, possibilita demonstrar que o grupo de SPIICs possui diferenas marcantes em relao aos empreendimentos realizados no setor de servios. Inicialmente, os resultados indicam que para os SPIICs os empreendedores do segmento so estimulados a ingressar nesse mercado pela acumulao de conhecimento e experincia adquiridos ao longo de sua trajetria profissional nessas reas e tambm ao desejo de autonomia, independncia e flexibilidade possibilitado pela gesto de seu prprio negcio. Ou seja, hierarquias menos rgidas e oportunidades de crescimento sugerem ser elementos de atrao para o aparecimento de um novo empreendimento.
Uma informao que fundamenta os elementos de alto dinamismo do perfil do empreendedor e da prpria estrutura de mercado dos SPIICs que a abertura de empresas motivadas pela Tradio Familiar menos relevante no grupo de SPIICs do que no conjunto geral do Setor de Servios. Outro dado associado aos argumentos elaborados por Nhlinder (2002), nos quais o autor afirma que os altos salrios obtidos em determinadas reas so revertidos em capital inicial, est representado na varivel Complementao de Renda Familiar. Para o grupo de SPIICs o resultado de menor expresso do que para o Setor de Servios, indicando que muitos empreendedores de SPIICs tm este como seu principal negcio e no como simples complemento de renda. Outros itens da Tabela 3 reforam tal resultado, dado que as empresas dos SPIICs apresentaram menor percentual nos itens falta de colocao no mercado de trabalho, horrio flexvel, tradio familiar e era um trabalho secundrio e acabou se tornando o principal.
Tabela 3 - Motivos que levaram o proprietrio a se dedicar a esse projeto
Em porcentagem
Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
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Motivos Total Servios Total SPIICs
Falta de Colocao no Mercado de Trabalho 15,5 11,1 Oportunidade de Fazer Sociedade 31,2 39,8
Horrio Flexvel 39,0 32,8 Vontade de ser Independente 68,8 68,1
Tradio Familiar 22,5 14,4 Complementao de Renda Familiar 38,3 31,0
Experincia Adquirida em Outro Trabalho 52,8 61,7 Era um Trabalho Secundrio e Acabou se Tornando
Principal 30,5 25,1 Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
Outras caractersticas observadas nos SPIICs e que encontram um paralelo emprico no estudo de Nhlinder (2002) o fato de que muitos dos novos empreendimentos realizados nos SPIICs deparam-se com uma inexorvel tendncia de serem, futuramente, conforme os seus desempenhos e estrutura de mercado de atuao, incorporados pelas grandes empresas. Esse comportamento apresenta duas dimenses sob a tica do empreendedor. Por um lado, essa perspectiva torna-se um fator motivador para muitos se aventurarem nesse mercado, valorizando os seus ativos ou projetos, repassando-os posteriormente para grandes corporaes, funcionando como uma espcie de arbitragem da iniciativa ou deciso individual.
Por outro lado, aqueles empreendedores que desejam permanecer no mercado inevitavelmente sero confrontados com algumas barreiras macroeconmicas e microempresariais quase intransponveis, tais como a escassa disponibilidade de capital, a deficincia das estruturas empresariais sem um desenvolvimento apropriado das funes administrativa e comercial e o suporte insuficiente de um sistema de inovao. Esses so alguns dos obstculos a um maior desenvolvimento desse tipo de empreendimento na economia paulista e brasileira.
Ao se analisarem os dados relativos ao perfil da gerncia da micro-empresa (Grfico 1), constata-se que, na mdia geral, so os prprios proprietrios que assumem o cargo, seguidos dos scios-proprietrios. Porm observa-se que, no que concerne a atividades de servios de telecomunicaes e de P&D, o nmero de gerentes no membros da famlia assumem nveis mais expressivos que em outras atividades. Esse fato demonstra que nesses empreendimentos a necessidade da contratao de gestores dada pelo fato de que a intensidade das atividades realizadas maior e assim a atuao do(s) proprietrio(s) est mais direcionada a outras atividades (como operacionais e/ou s relaes com o mercado) que inviabilizam ou dificultam sua atuao como gestores de seu empreendimento.
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Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
2001
Servios Audiovisuais
Proprietrio Scio-Proprietrio Gerente (membro da famlia) Gerente (no membro da famlia)
Servios Tcnicos s
Empresas
Grfico 1 Empresa por responsvel segundo atividade
Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
O nvel de escolaridade tambm um fator distintivo entre o grupo de SPIICs e o setor de servios, como tambm para as atividades no interior do grupo. Essas atividades requerem um maior nvel de estudo e fomentam informaes e conhecimentos, alm de atuarem com relaes mais intensas com seus clientes e com alta tecnologia; portanto, importante que os profissionais da rea tenham um nvel maior de qualificao e estudo. Pela Tabela 4 possvel observar que h uma discrepante diferena na escolaridade dos responsveis pelas unidades pesquisadas pela PAEP, concluindo-se que no grupo de SPIICs h um maior nmero de graduandos e ps-graduados, ao passo que no Setor de Servios o nmero de funcionrios com escolaridade de nvel fundamental e mdio relativamente maior que de graduados e ps-graduados.
Observa-se tambm que nos servios de P&D que se tem o maior nmero de psgraduados dentro do grupo de SPIICs. Essa rea caracteriza-se pela prestao de servios de alta intensidade em cincia e informao e dessa forma demanda um maior nmero de experts de diversas reas do conhecimento. De modo inverso, observa-se que nos servios de telecomunicaes e nos servios audiovisuais existe maior participao de profissionais com ensino fundamental, o que demonstra que essas so atividades operacionais e que, em grande parte, a necessidade de experincia adquirida tem maior peso do que a necessidade de profissionais de nvel superior.
Tabela 4 - Responsvel pela Empresa, por Escolaridade
Em porcentagem
Atividades Ensino
Fundamental Ensino Mdio
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90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Telecomunicaes Atividades de Informtica Pesquisa e
Desenvolvimento
Educao
Superior Ps-Graduao
TOTAL SERVIOS 22,1 27,3 40,3 10,3
TOTAL SPIICs 2,7 15,8 59,8 21,4
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Telecomunicaes 24,3 34,8 40,0 0,9 Atividades de Informtica 1,9 23,4 48,1 26,7 Pesquisa e Desenvolvimento 0,8 3,4 27,5 68,4
Servios Tcnicos s Empresas 0,6 12,4 67,0 20,0 Servios Audiovisuais 21,1 2,9 68,6 7,4 Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
De modo geral a tabela demonstra que o nvel de escolaridade dos profissionais do grupo de SPIICs tende a ser altamente qualificado, consolidando-se com o argumento dado por Nhlinder (2002). Segundo esse autor, os SPIICs so intensivos no uso do conhecimento, caracterizados pela alta interatividade entre fornecedor e cliente, o que requer recursos humanos com nvel mais alto de qualificao e escolaridade.
4 CARACTERSTICAS DA PRESTAO DE SERVIOS NOS SPIICS
As micro-empresas dos SPIICs seguem o padro comportamental observado por Nhlinder (2002), exigindo um alto grau de interface com os seus clientes. Pelos resultados da PAEP, observa-se que o desenvolvimento de projetos em conjunto com o provedor do servio uma das principais exigncias dos clientes das empresas empreendedoras (59%), seguido pelos servios ps-venda (53%). A proximidade geogrfica e as exigncias de certificaes de qualidade so requisitos considerados relativamente baixos para prestaes desses servios, a saber, 24,5% e 28,7%, respectivamente. Se considerarmos que as certificaes de qualidade so normas que demonstram uma preocupao com os critrios de qualidade e conformidade e uma pr-condio para os processos de internacionalizao dos servios, pode-se intuir que o esforo de modernizao e o esforo exportador so muito pouco dinmicos nesse segmento. Informaes da PAEP indicam que o mercado interno e local a principal fonte de faturamento das vendas dos servios dessas empresas (ver Tabela 5).
Tabela 5 - Exigncias dos Principais Clientes para Prestao de Servios
Em porcentagem
Exigncias
Atividades Certificaes de Qualidade
Desenv. Conjunto de Produtos/Processos/Servios
Servio Ps-Venda
Capacidade Financ. para Realizao de Investimentos
Proximidade
Geogrfica
Total Servios 28,2 46,1 38,6 12,4 34,0 Total SPIICs 28,7 59,4 53,1 10,7 24,5
Telecomunicaes 27,3 51,7 75,6 20,2 28,8 Atividade de Informtica e
Conexas 19,6 64,3 76,9 4,9 15,3
P&D 57,8 88,7 34,2 7,6 12,2 Serv. Tcnicos s Empresas 35,7 56,4 41,1 14,6 31,6
Serv. Audiovisuais 6,0 55,1 7,2 5,1 4,7 Nota: Percentual em relao s empresas que possuam pessoas jurdicas como clientes.
Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
As principais modalidades de investimentos (Tabela 6) para as micro-empresas so observadas na compra de software (69,1%) e equipamentos e instalaes de processamento de dados (32%), uma vez que so tipos de ativos cujo preo mais acessvel e os impactos em
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termos de eficincia e competitividade na oferta de servios so mais significativos. Os servios tcnicos apresentam os maiores nveis de investimentos nessas categorias, 53% em software e 24% em equipamentos e instalaes de processamento de dados.
Tabela 6 - Investimentos Realizados no Ativo Imobilizado da Empresa
Em porcentagem
Tipos de Investimento
Atividades Equipamentos e
Instrumentos de
Proc. de Dados
Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
Outras
Mquinas e
Instalaes
As micro-empresas dos SPIICs registram um ndice de acesso Internet relativamente alto, cerca de 69%, mais do que o dobro da mdia verificada para o total do setor de servios; deste universo 29% dispe de home page. Os servios audiovisuais (76%), servios tcnicos (69%) e informtica (68%) apresentam altos nveis de acesso Internet. Entretanto, os servios de telecomunicaes apresentam o maior percentual de criao de home pages, o que pode ser explicado pela necessidade de um padro de oferta e atendimento ao consumidor mais sensvel e rpido nas solues de problemas e consultas (ver Tabela 7).
Tabela 7 - Empresas com Acesso Internet e com Home Page
Em porcentagem
Atividades Acesso Internet Home Page (1)
TOTAL SERVIOS 32,2 24,5 TOTAL SPIICs 68,6 29,3
Telecomunicaes 40,9 83,5 Atividades de Informtica 67,9 39,4 Pesquisa e Desenvolvimento 50,2 54,9 Servios Tcnicos s Empresas 69,0 20,8 Servios Audiovisuais 76,3 39,2 (1) Percentual em relao s empresas com acesso Internet.
Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
A prtica de comrcio eletrnico (Tabela 8) pouco difundida entre as micro-empresas dos SPIICs. Das que utilizam tal prtica, quase a totalidade realiza suas transaes comerciais pela Internet, ainda que a mdia relativa dos SPIICs seja bem superior ao do total de servios na economia paulista. No caso dessas empresas, os principais obstculos identificados referem-se falta de recursos para a implementao de sistemas de segurana
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Softwares Marcas, Patentes
e Franquias
TOTAL SERVIOS 100,00 100,00 100,00 100,00 TOTAL SPIICs 30,92 1,63 69,07 19,26
Telecomunicaes 0,26 0,02 0,59 0,64 Atividades de Informtica e Conexas 5,81 0,13 15,10 7,39 Pesquisa e Desenvolvimento 0,39 0,03 0,30 0,76 Servios Tcnicos s Empresas 24,01 0,97 53,07 10,48 Servios Audiovisuais 0,45 0,49 - - Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
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para transaes e no-adequao dos produtos s prticas de comrcio eletrnico. Por fim, um obstculo que afeta essas empresas o custo do marketing associado ao canal WEB. Esse tipo de tecnologia exige um alto volume de recursos financeiros para investimento de forma contnua em publicidade, exigindo ampla divulgao em diversas mdias para que se tenha xito no empreendimento, o que acaba por desencorajar a entrada dessas empresas no comrcio eletrnico.
Tabela 8 - Empresas que Realizaram Comrcio Eletrnico
Em porcentagem
Meio Utilizado (1)
Atividades Empresas que Realizaram
Comrcio Eletrnico Internet EDI WEB-EDI
TOTAL SERVIOS 5,6 79,1 2,5 2,3
TOTAL SPIICs 12,9 99,0 2,3 2,5
Telecomunicaes 16,7 92,2 5,4 5,4 Atividades de Informtica 17,9 99,7 4,2 4,7 Pesquisa e Desenvolvimento 7,3 85,3 0,0 0,0
Servios Tcnicos s Empresas 8,8 99,6 0,5 0,5 Servios Audiovisuais 21,1 95,3 0,0 0,0 (1) Percentual em relao s empresas que realizaram comrcio eletrnico.
Fonte: Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (2001)
5 CONCLUSES
Os resultados deste estudo so parte integrante de um exerccio preliminar e pioneiro sobre a caracterizao das micro-empresas nos SPIICs. A consecuo dos objetivos propostos neste estudo foi viabilizada atravs da explorao da base de dados indita produzida pela PAEP 2001, que demonstra grande vitalidade e multidimensionalidade das informaes sobre a economia de servios paulista.
Essas informaes sugerem que os propalados efeitos de integrao, convergncia e encadeamento tecnolgico entre o setor industrial e ode SPIICs sejam bem menos dinmicos e articulados do que os presenciados nas economias industriais avanadas. Esse comportamento pode ser explicado em parte porque as estratgias corporativas das grandes empresas vm se pautando pela internalizao ou desenvolvimento das competncias essenciais para a sua competitividade ou, em alguns casos, comprando no mercado externo solues no encontradas localmente. Ademais, a prpria fragilidade tecnolgica e inovadora da indstria marcada pela heterogeneidade e baixa densidade das rotinas de P&D gera presses de demanda menos dinmicas e exigentes para os servios tecnolgicos e intensivos em conhecimento.
Uma das caractersticas identificadas que so obstculos para o desenvolvimento desse tipo de empreendimento na economia paulista e brasileira consiste no fato de que muitos dos novos empreendimentos nos SPIICs so confrontados com uma tendncia de serem futuramente embora reconhecendo-se que suas trajetrias evolutivas estejam condicionadas pelas variveis de dinmica e estrutura de mercado incorporados pelas grandes empresas. Esse comportamento apresenta duas lgicas para o clculo racional do empreendedor. Por um lado, essa perspectiva torna-se um elemento atrativo para muitos se aventurarem nesse mercado, valorizando os seus ativos patrimoniais, projetos ou bens
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intangveis, repassados posteriormente para grandes corporaes, o que funciona como uma espcie de arbitragem da iniciativa ou deciso individual.
Entretanto, aqueles empreendedores que desejam permanecer no mercado, inevitavelmente sero confrontados com algumas barreiras macroeconmicas e microempresariais quase intransponveis, tais como a escassa disponibilidade de capital, a deficincia das estruturas empresariais sem um desenvolvimento apropriado das funes administrativa e comercial e o suporte insuficiente de um sistema de inovao.
Sob a tica do desenvolvimento e da economia regional, a localizao e o fortalecimento da competitividade de SPIICs so elementos estruturais de suporte e estmulo que podem sustentar o crescimento econmico e industrial, alm do comportamento inovador empresarial e da difuso de novas tecnologias. Nesse sentido, a formulao de polticas pblicas de competitividade e inovao direcionadas para a promoo do desenvolvimento tecnolgico e a internacionalizao dos servios estimulando a reverso do dficit da balana de servios assim como o fomento da articulao e integrao com o setor industrial mais que urgente, podendo resultar no longo prazo em benefcios maiores para a economia paulista em termos de gerao de divisas, tecnologia, emprego e renda.
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Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
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Notas(1) No Brasil, existem muito poucos estudos sobre os KIBs. Cabe a referncia ao artigo realizado por Cerqueira e Carvalho (2002), onde os autores abordam uma das dimenses desses servios, que seria a crescente tendncia na economia mundial a internalizar os KIBs. Nesse artigo os autores adotaram o termo SPICs Servios Produtivos Intensivos em Conhecimento, mas no avanam na caracterizao econmica desses servios no Brasil. (2) A Paep-2001 contou com subvenes da Fapesp, do Ministrio de Cincia e Tecnologia por intermdio da Finep , do Ministrio da Educao e da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado So Paulo, e com a colaborao institucional de diversas associaes de classe, entre elas vale citar o apoio da FIESP Federao da Indstria do Estado de So Paulo.
(3) Para informaes mais detalhadas sobre a metodologia e a construo amostral da PAEP-2001 visitar o endereo: http://www.seade.gov.br/produtos/paep/index.html
(4) Esses resultados foram registrados no estudo de Pinho, Cortes e Fernandes (2001) em que foram pesquisadas cerca de 140 empresas cujas caractersticas atendiam aos critrios de empreendedorismo de bases tecnolgicas (EBTs). Os autores denominaram de dinmica travada os obstculos que esto postos criao, consolidao e crescimento de empresas de base tecnolgica (EBTs) em economias como a brasileira, que alcanaram um patamar substancial no processo de industrializao mas no superaram algumas das fraquezas tpicas das economias perifricas. Embora a argumentao seja desenvolvida tomando como referncia direta a economia brasileira e, em certos momentos, seu espao regional mais desenvolvido, o estado de So Paulo ela aplicvel periferia industrializada em geral.
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Caractersticas das micro-empresas no setor de servios produtivos intensivos em informao e conhecimento
CHARACTERISTICS OF SMALL AND MEDIUM COMPANIES IN KIBS - KNOWLEDGE INTENSIVE BUSINESS SERVICES
ABSTRACT
This paper aims to analyse some characteristics of small firms in the area of Knowledge Intensive Business Services (KIBS) as compared to other service companies. The subject shows to be relevant both due to the growing importance of the service industry in economic activities and in international business transactions, and to the specificity of the (KIBS), whose dynamics of technological innovation is essential to its working pattern and to the interindustry relationships they generate. The KIBS consist of Telecommunications, informatics and similar activities, R & D, technical services for companies and audiovisual services. In its development this study used a Database generated by FAEP 2001, which offers a comprehensive outlook of the service industry in the state of Sao Paulo.
Keywords: Entrepreneurship, Entrepreneurship in services
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Data do recebimento do artigo: 29/01/2005
Data do aceite de publicao: 18/03/2005
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Copyright Milton de Abreu Campanario 2005
Abstract
This paper aims to analyse some characteristics of small firms in the area of Knowledge Intensive Business Services (KIBS) as compared to other service companies. The subject shows to be relevant both due to the growing importance of the service industry in economic activities and in international business transactions, and to the specificity of the (KIBS), whose dynamics of technological innovation is essential to its working pattern and to the interindustry relationships they generate. The KIBS consist of Telecommunications, informatics and similar activities, R & D, technical services for companies and audiovisual services. In its development this study used a Database generated by FAEP 2001, which offers a comprehensive outlook of the service industry in the state of Sao Paulo.
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