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Abstract
Imagem impressa em papel fotográfico, 3,5 x 4cm. Neste retângulo de papel perdido figura a imagem do busto reto e grave do desconhecido. Houve algo que me chamou à atenção. A primeira vez que encontrei uma fotografia de identidade perdida, tive o instinto imediato de a guardar. Havia um estranho sentimento de reconhecimento e empatia pelo sujeito representado: não o conhecia, mas era como se conhecesse. Tão invisíveis quando omnipresentes, que fotografias são estas que povoam o imaginário contemporâneo? O que nos dizem sobre a relação entre o indivíduo e o estado? Sobre a relação das pessoas com a representação delas próprias e com das outras? Pode-se reclamar a fotografia de identidade, desviando-a da finalidade institucional? O objeto fotografia, tal como a imagem, não é jamais liberto das condicionantes espácio-temporais que determinam a sua existência. Num momento de transição da fotografia de identidade em papel para a completa automatização e computadorização do processo de identificação, o que é que muda?