Resumo: Este artigo discute o uso dos smartphones nas escolas e na universidade. Respeitando a Declaraçâo de Helsinki, professores das cinco escolas do ensino médio e de uma escola de ensino superior (grupos focais) localizadas no estado de Minas Gerais, Brasil, foram entrevistados para apresentar os beneficios, limitaçoes e resisténcias relativos à ampla utilizaçâo do smartphone como ferramenta da construçâo do saber pelo aluno em sala de aula. Referéncias literárias relacionadas com ensino e informática deram suporte às opinioes dos professores que foram entrevistados. Os resultados obtidos elucidam os relatórios da UNESCO, que correlacionam positivamente os anseios e medos dos professores ao lidar com este tipo de tecnologia que está em evoluçâo numa constante curva logarítmica ascendente. Também se discutem as novas contribuiçoes para diminuir a evasâo dos alunos, conservando a integridade da visâo do professor e a peculiaridade dos estudantes em sala de aula.
Palavras-chave: Ensino; Tecnologia móvel. Smartphone.
Challenges to the use of Smartphones in Brazilian Classroom: Research by Focus Groups
Abstract: This article discusses the use of smartphones in schools and university. Respecting the Declaration of Helsinki, teachers from five secondary schools and a higher education school (focus groups) in the state of Minas Gerais, Brazil, were interviewed to present the benefits, limitations and resistance concerning the wide use of smartphone as a knowledge construction tool by students in the classroom. Literary references related to education and informatics support the opinions of teachers who were interviewed. The results shed light on the UNESCO reports that positively correlate the anxieties and fears of teachers in dealing with this type of technology, which is evolving such as a steady upward logarithmic curve. The paper also discusses new contributions to reduce students' dropout, saving the teacher's view of the integrity and the students' characteristics in the classroom.
Keywords: Teaching; Mobile technology. Smartphone.
i.Introduçao
As novas geraçoes de estudantes pressionam a academia para o uso do smartphone em sala de aula. Em 2011, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios levantou dados sobre o uso de celular e descobriu que pessoas acima de 10 anos idade foram estimadas em 115 milhoes, o que correspondia a 69,1% da populaçao do pais (IBGE, 2013). Educadores instrucionalistas sentem-se intimidados com as mudanças propostas pela nova tecnologia. A proposta de aceite envolve remodelar os papéis de ensinoaprendizagem; consequentemente implicando em novos resultados. A tendência ótima seria o educador abandonar seu papel no ensino de "estar presente" e agir de modo a "ser presente". Também o papel do aluno seria direcionado a desenvolver o seu modelo objeto de aprendizagem. O desafio do educador está em acreditar que o aluno consiga deixar a confortável posiçao de ouvinte para construtor de si próprio.
Educadores apresentam smartphones como algo que estimula a indisciplinariedade e a diminuiçao da capacidade de concentraçao do aluno em sala de aula (Serra, 2014). Ao interpretá-lo erroneamente como uma ameaça à autoridade do educador, muitas escolas nao fazem grandes esforços para adaptá-lo em sua estrutura educacional de práticas pedagógicas. A sociedade, embora simpatizante da tecnologia, nao o define claramente como algo a ser considerado importante, mas o reconhece como uma incógnita a ser resolvida pela escola. Neste impasse, este aparato tecnológico estremece as bases mais conservadoras.
As escolas ainda utilizam o legado deixado pelos computadores desktop como representantes legítimos da Tecnologia de Informaçao e Comunicaçao (TIC), seja na modalidade presencial ou à distância. Infelizmente, a aplicaçao de estratégias didáticopedagógicas em laboratórios específicos com desktops é restritiva a possibilidades de acesso. Por ser a escola uma instituiçao formadora da sociedade, a antevisao dos smartphones como recurso em práticas educacionais conflitua com os interesses dos alunos e se desmotivam. Acredita-se que uma das razoes para o educador preservar o estilo behaviourista de Jean Piaget (1976) que voga numa tentativa estocástica de falso equilibrio das estruturas cognitivas pode estar no medo pela perda da autoridade exercida sobre o aluno, tendo o conhecimento como moeda de troca, um claro contraponto aos ensinamentos de Lev Vygotsky (Koll, 2010).
Quando se observa o uso do smartphone em sala de aula, curiosamente percebe-se que os alunos buscam por aplicativos, gratuitos ou nao, que transformem as particularidades teóricas do plano de ensino do professor em objetos animados e de interaçao. Se a informática é indubitavelmente um recurso na educaçao, a substituiçao dos conteúdos lineares por objetos dinámicos de aprendizagem prepararía os estudantes para resolver problemas complexos e com alto nivel de abstraçao? Percebe-se que o uso das TICs, sobre "exclusao digital" e "analfabetismo digital" (Oliveira & Júnior, 2013) nao está coerente. Para Vygotsky (Koll, 2010), o aluno deve atuar como protagonista na construçao do conhecimento, mas nunca desamparado.
Para elucidar se o uso do smartphone na sala de aula é prejudicial, utilizou-se da entrevista como método de investigaçao qualitativa para coleta de dados (Bauer & Gaskell, 2002; Vázquez et al., 2016) por meio da formaçao de grupos focais com roteiro de questoes predeterminadas por entrevista semiaberta e verificaçao cruzada. Respeitando a Declaraçao de Helsinki, foram entrevistados, de maneira aleatoria, 36 professores em idade de 23 a 45 anos, sem viés ao uso de tecnologia em sala de aula, possuindo entre 3 e 10 anos de magistério, pertencendo as classes socioeconómicas B e C, em 6 instituiçoes educacionais nao rurais, sendo 5 escolas públicas de ensino médio e uma instituiçao de ensino superior, ambos na regiao do Vale do Aço, estado de Minas Gerais/ Brasil. Uma tabela de área de conhecimentos (CAPES & CNPq, 2012) foi utilizada para balizar as disciplinas dos professores do ensino médio a dos professores da graduaçao, comtemplando 7 das 9 áreas de conhecimentos. As salas de aulas destes professores sao compostas por alunos em sua maioria pertencentes às classes socioeconómicas B e C. Os professores foram distribuidos em 6 grupos focais (6 professores em cada grupo), sendo 22 mulheres e 14 homens. Cada grupo foi constituido por homens e mulheres, sendo que o próprio pesquisador orientou a pesquisa em duas sessoes de duas horas/aula por grupo, obtendo um estudo total de 72 horas.
O objetivo deste artigo é compreender, avaliar e discutir as vantagens e limitaçoes do uso dos smartphones como recurso ferramental durante o processo de ensino-aprendizagem do estudante em sala de aula. Além disso, fornecer fundamentaçao teórica e orientaçao prática do uso dos smartphones em um ambiente estudantil. Assim, procurou-se buscar imparcialidade e releváncia académica, contribuindo com ideias para outros pesquisadores e tutores nessa área. A seçao 2 fundamenta a utilizaçao de smartphones no processo de ensino-aprendizagem associada ao trabalho da pesquisa qualitativa, mais específicamente resultados obtidos na pesquisa realizada com os professores, bem como a aplicaçao destes resultados na diminuiçao da evasao, aumento da motivaçao dos alunos e também da aplicaçao das tecnologias na educaçao. As consideraçoes finais sao apresentadas na seçao 3.
2. Uso dos Smartphones na Escola
A sociedade contemporánea vivencia a era do acesso a informaçao pelo uso de diferentes aparatos computacionais conectados a internet ou entre si. Tais aparatos, intitulados smartphones, oferecem interatividade, robustez, rápido acesso e alto desempenho computacional. Em face da natural utilizaçao do smartphone, questionou se existem politicas institucionais preocupadas em oferecer a correta utilizaçao deste ferramental para ensino-aprendizagem. Até o momento, IBGE, UNESCO e tampouco os professores do grupo tem estatisticas atualizadas sobre escolas preocupadas em inserir smartphones como instrumentos de aprendizagem. Face a evoluçao tecnológica diária confrontada, poucos educadores se atrevem a prever algo.
Antes de iniciar a atividade de entrevistas, procurou-se montar um panorama dos participantes para traçar um perfil de perguntas que guiasse as entrevistas/discussoes sobre o tema proposto. A Figura 1 apresenta um levantamento de perfis dos participantes condensados em um plano de observaçao das classes socioeconómicas B e C com suas respetivas áreas de conhecimento da CAPES, cujos professores formaram a maioria. Para cada área de conhecimento (disciplina), contemplaram as categorías (a) idade média dos participantes, (b) graus de conhecimento/aptidao com o dispositivo smartphone, (c) anos de magistério, e (d) conteúdo programático escolar que poderia estar relacionado aos aplicativos do dispositivo.
A figura acima apresenta que professores da classe socioeconómica C estao mais aptos e sugestivos a serem inseridos no processo de socializaçao do uso dos smartphones nas escolas, apesar da maior idade e tempo de magistério. Vale ressaltar que o maior o tempo de magistério aparenta nao se tornar um obstáculo para revisao das crenças dos projetos didático-pedagógicos de acompanhamento. Destes professores, esperam-se estratégias que contemplem ajustes nas políticas institucionais e nos métodos de aprendizagem voltados a obter o melhor dos smartphones em sala de aula.
2.i.Porque Optar por Smartphones
Smartphones substituem custosos laboratórios de informática, uma economia significativa para as escolas. Em contrapartida, o investimento em internet, e-books e aplicativos homologados para uso pelos alunos em sala de aula seria uma mais valia. Um smartphone oferece mais acesso a recursos literarios gratuitos se comparado a completa e dispendiosa enciclopédia Británica ou uma razoável biblioteca escolar com mais de 2000 obras físicas. Quando conectado via Google Books (Google, 2015), o acesso aos recursos literarios pode chegar a mais de 210 milhoes de obras em mais de 105 idiomas. Por ser de uma realidade bastante difundida, treinamento especializado para uso de smartphone nao é necessário, em contraponto aos desktops. Inúmeros aplicativos categorizados em diferentes áreas do conhecimento sao gratuitos e extremamente intuitivos. Os usuários de smartphones sao os mais interessados em manter-se atualizados.
Projetado para ter custos mais baixos em relaçao aos laptops ou desktops, adquirir um smartphone oferece a vantagem básica de uso de aplicativos educacionais gratuitos. Independente do sistema operacional, mais de dois milhöes de aplicativos sao gratuitos. Sabe-se que quantidade de aplicativos disponíveis nao implica em qualidade, mas se 5% satisfizerem as necessidades dos professores, assim se alcançaria uma amostra de 100 mil aplicativos abrangendo diferentes áreas do conhecimento.
"Nao podemos ignorar o celular, ele está em todo lugar. Sou contra a proibiçao do uso, pois a regra acaba sendo burlada. Será que em vez de proibir, nao é melhor acolhê-lo como ferramenta educativa? Já existem diversos aplicativos voltados para a educaçao especial, a alfabetizaçao e o ensino da matemática, por exemplo.", comenta Maria Rebeca Otero Gomes, UNESCO (West & Vosloo, 2013)
Alunos optam por smartphones, pois tem a disposiçao um tutor brando e paciente, que nao se queixa, nao grita e nao o castiga em caso de erros recorrentes. Embora alguns aplicativos possuam inteligência emocional codificada em seus núcleos computacionais, certamente as demonstrates de cansaço, irritaçao e impaciência nao foram implementadas. Em seu trabalho, Reinaldo et al. (2009) apresenta que a inteligência, em se tratando de cogniçao por retroaçao, pode ser replicada a dispositivos computacionais a ponto de apresentar o momento exato em que a resoluçao do problema pelo aluno teve um desvio do padrao. Por exemplo, a cogniçao do professor pode ser replicada/transferida computacionalmente por sistema especialista em tutoria inteligente a fim de explicar por software de maneira pedagógica ao aluno o porqué de seu erro. Há uma preocupaçao impar de como evidenciar os erros nas diferentes fases de resoluçao do problema sem desestimular o aluno - um comportamento considerado aceitável e comum dentro do processo de ensino-aprendizagem da tutoria inteligente (Leite et al., 2015).
Smartphones sao aceitos como agentes revolucionários e transformadores dessa sociedade contemporánea. Também oferecem a singularidade ao seu utilizador, pois proporcionam acesso à informaçao de maneira facilitada e gratuita, além da portabilidade. Quando se questionou aos diferentes grupos de professores se a dificuldade de aprendizagem dos seus alunos no manuseio do aparato é aparente, a resposta mais votada entre os professores foi: "A impressâo que se tem é que crianças e jovens nao sentem dificuldades para manusear qualquer tipo de smartphone ou aplicativo, já nasceram sabendo!", seja para aplicativos académicos, seja na vida cotidiana.
As TICs revelam novas e motivantes perspetivas para o ensino e se permite migrar do "novo contexto social" para o "tecnológico contexto social", onde o termo novo foi absorvido pelo termo tecnológico e isto é indiscutível. A inserçao de TICs como recursos pedagógicos permite resgatar alguma esperança a muitos professores e alunos insatisfeitos com as aulas e ferramentas educacionais tradicionais. Projetos escolares desenvolvidos por empresas, cita-se Apple© (O'Connell, Freed, Rothberg, & Carl and Ruth Shapiro, 2010) e Google© (2015), oferecem novos olhares sobre a tecnologia móvel para envolver alunos com necessidades especiais ou com défices de aprendizagem durante as atividades em sala. No Brasil, a escola sofre pressao da opiniao pública, do comércio e da propaganda que apregoam o uso da informática como algo urgentíssimo.
Durante as sessoes de entrevistas com professores, o termo tecnológico foi identificado como variável independente, indissociável e contendo características dinámicas. Inserida na fórmula da educaçao contemporánea, a variável independente afeta de maneira efetiva e intrínseca o processo fundamental de reflexao sobre o estudo e a obtençao da informaçao. A tecnología modela novas profissoes, citam-se os emergentes cursos de graduaçao em Licenciatura em Informática. Embora muitas instituiçoes de ensino ainda resistam a este tecnológico contexto social, os professores participantes da pesquisa das seis instituiçoes viram-se envolvidos, muitas vezes sem perceber que os levará, de uma forma ou outra, à sua absorçao.
"Sabemos que smartphones tem aplicativos nos oferecem a possibilidade de bolso para monitorar os alunos, guardando o passo-a-passo da resoluçdo da atividade proposta. Com isso podemos interferir no exato momento que se perderam e auxilia-los para atingir condiçoes de aprendizagem e maturidade próximas ao ideal." Pensamentos de um colegiado de matemática (Exatas) do 9° ano.
Um curso ou disciplina que utiliza smartphones pode mesclar teorias de aprendizagem (Reinaldo, Camacho, & Reis, 2010), dependendo do problema educacional proposto. Inúmeros aplicativos gratuitos ou pagos, pertencentes a diferentes áreas de conhecimento, permitem que se crie e manipule ambientes de ensino-aprendizagem. De acordo com Filatro (2010) sao très as ferramentas de suporte para implementar as abordagens pedagógicas/andragógicas: (a) ferramentas de autoria (Leite et al., 2015), que permitem o fácil desenvolvimento de tutoriais, ajudando educadores e alunos na construçao de softwares com muita facilidade e agilidade, pois permite instigar a criatividade multidisciplinar na construçao de softwares sem precisar de muito conhecimento de informática, (b) ambientes tutoriais (Neri De Souza, Neri De Souza, Alarcao, & Moreira, 2015), que permitem a interaçao do aluno com o objeto do conhecimento à medida que o aluno interage no software, permitindo o desenvolvimento de projetos individuais ou coletivos e (c) softwares educativos tipo aplicativo (Silva, Leao, & de Souza, 2015), que sao programas de uso geral em que a aprendizagem e o formato de ensino em computaçao em nuvens sao muito eficazes. Além disso, usam da tecnologia de design responsivo para reorganizar os conteúdos de acordo com o tamanho da tela do smartphone.
Durante as entrevistas, os professores foram unánimes em afirmar que qualquer recurso computacional disponível na palma das maos do aluno nao pode ser confundido como tábua da salvaçao durante a delicada tarefa de educar. Vale salientar que o caminho para a conceçao do conhecimento inovador deve ser constantemente renovado.
2.2.Vantagens do Uso dos Smartphones na Escola
Unesco (West & Vosloo, 2013) apresenta em seu guia "Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel", trabalhos onde a tecnologia móvel pode ser benéfica dentro e fora da sala de aula, a influenciar um novo modelo de ensino, reajustando o conteúdo programático a ser ensinado, o lugar de pesquisa/açao e de que maneira a aprendizagem deve ocorrer para cada aluno. Embora, a popularizaçao dos smartphones esteja em um estágio experimental entre os professores, para os alunos está em franca ascensao e seu uso efetivo acompanha esta evoluçao.
Quando indagados sobre os alunos terem acesso ao referencial teórico das disciplinas para estudo por smartphone, a resposta dos professores foi de comum acordo: "...o acesso à literatura escolar por smartphones teria maior aceitaçao por parte dos alunos, pois eles o usam constantemente.". O uso racional desta tecnologia, combinando ensino e aprendizagem, pode resolver diversos problemas educacionais tradicionais. Embora alguns professores da linha menos conservacionista manifestaram preocupaçao sobre o local e tempo de utilizaçao dos smartphones, a maioria dos professores partilharam a informaçao de que as vantagens estao essencialmente relacionadas ao born planeamento do conteúdo programático com os tipos corretos de aplicativos. Concluíram que esta preocupaçao era irrelevante e responderam que ".local e tempo máximo de uso merecem tanta preocupaçao quanto o uso de lápis, borracha e compasso numa aula de desenho técnico."
Dentre as atividades permitidas em sala pelo uso do smartphone, os professores destacaram (a) processadores de textos, (b) gerenciadores de bases de dados e imagens, (c) planilhas eletrônicas, (d) pacotes estatísticos, (e) processadores gráficos, (f) editores de músicas e de imagens, entre outros. A principal vantagem considerada está no reflexivo auxilio instantáneo oferecido aos alunos, nao influenciando, entretanto, de maneira direta no processo de ensino-aprendizagem, pelo fato de que essas ferramentas nao foram criadas com objetivos educacionais.
Através das sessoes de investigaçao com os grupos focais, também foi possível levantar as possíveis atividades permitidas em sala pelo uso do smartphone. É interessante mencionar que o início do processo foi conturbado, nao havendo consenso entre professores da área de humanas e exatas. Contudo, os trabalhos de Sternberg e Grigorenko (2003) oportunizaram sistematizar as respostas dos professores em 14 tópicos. Abaixo, o planeamento de competências e habilidades, sem desarmonizar com os conteúdos programáticos e as áreas de conhecimento destes professores sao:
1. Analisar a produçao gramatical por e-books interativos, jogos de palavras e ferramentas de escrita;
2. Analisar a pronúncia em vários idiomas por aplicativos capazes de reconhecer a pronúncia e sugerir a pronúncia correta no idioma nativo;
3. Reconhecer, desenhar e dimensionar objetos no espaço;
4. Identificar manifestaçoes de melodias e compor notas musicais por instrumentos em aplicativos;
5. Sintetizar revistas, livros, dicionários, atlas e enciclopédias interativas sobre vários assuntos sem interromper a linha de raciocinio em pesquisa;
6. Elaborar estratégias que promovam a auto-organizaçao dentro e fora das escolas;
7. Sintetizar palestras e vídeos de especialistas em eventos de congresso, avaliandoos pelos depoimentos de outros ouvintes;
8. Sintetizar simulados de provas e concursos resolvidos para melhor fixar os conteúdos;
9. Aprofundar estudos religiosos, personalizar e compartilhar experiências de leitura;
10. Dimensionar espaço de armazenamento digital suficiente para depositar, acessar e compartilhar recursos educacionais digitais;
11. Interpretar a saúde por sistemas inteligentes de diagnósticos que aprendem com as informaçoes submetidas e se integram aos de atividade física;
12. Identificar e avaliar os serviços técnicos e de suporte confiáveis pelos depoimentos de seus utilizadores;
13. Conhecer mapas e interpretar a cartografia;
14. Comparar transportes públicos ou privados sintetizar seus dados, planejar e traçar as melhores rotas a fim de otimizar tempo de deslocamento.
Assim, a abordagem instrutiva que apresenta o professor como detentor do conhecimento seria substituída por aquele profissional que ensina por meio de um canal bidirecional de comunicaçao com interaçao iterativa, ou seja, repetitiva. Isto enlaça o professor a fazer parte na construçao do conhecimento do aluno, diagnosticando-o pelo processo de formaçao continuada na autoavaliaçao.
A Interatividade, sendo tratada como fator único à disseminaçao continuada, possibilitaria esta abertura de comunicaçao com reciprocidade de informaçao. Este diferencial, nao permite que o aluno esteja desamparado, pois está voltado à individualidade de cada participante. Por outro lado, o instrutor-professor interage na construçao do saber do aluno. Por ser um processo supervisionado com controle recorrente, a evoluçao intelectual do aluno acontece de maneira mais rápida, tendo em vista que todo o processo é dirigido a este fim. Por conseguinte, a avaliaçao do aluno também deve ser recorrente e acontecer de forma gradativa e ininterrupta, apresentando de perto os acertos e falhas produzidos em todas as fases da elaboraçao do conhecimento. Alunos e professores apresentam-se como coparticipantes nesta construçao do conhecimento plástico, mas o professor é o supervisor da aprendizagem, até um certo grau que lhe compete ir. Instrucionalmente, o aluno é exposto ao conhecimento e ao processo de avaliaçao recorrente e ininterrupta que é limitado aos moldes que mensuram o conhecimento construído naquela fase de amadurecimento e absorçao.
Os tópicos para o planeamento de competências e habilidades acima citados foram obtidos na primeira sessao com os professores. Percebeu-se que somente os professores que dominam sua disciplina e usam a tecnologia foram capazes refletir sobre as evidências em sala e apontar sete vantagens em relaçao ao uso dos smartphones, as quais sao enumeradas a seguir:
1. Possibilita um tratamento individualizado conforme o ritmo e a capacidade do estudante: ao utilizar o aplicativo, validado pelo professor, o aluno reconhece suas características individuais e avança no conteúdo abordado. As características individuais abordadas sao grau de inteligência, conhecimento prévio do assunto, capacidade de assimilaçao, manifestaçao de seu temperamento e caráter, entre outros. Isto se fundamenta na obra de Bossuet (1985) onde o modelo tradicional de educaçao nao possibilita levar em consideraçao as características individuais de cada aluno, pelo simples fato de que o professor nao detém condiçoes de atender individualmente os alunos;
2. Cria ambientes de aprendizagem rápidos, atraentes e gratificantes: com o advento da gamificaçao (Falcao, Leite, & Tenório, 2014), os aplicativos educativos estao se tornando cada vez mais atraentes aos alunos, contando com recursos de imagens, sons, textos, gráficos e diagramas e bônus por atividade concluida. Estes aplicativos tornam a aprendizagem gratificante com o alto grau de interatividade a permitir simulaçoes de fenómenos químicos, físicos e naturais;
3. Propicia eficiência no ensino de crianças que nao conseguiram aprender com os métodos tradicionais de educaçao: o smartphone torna-se eficiente pelo interesse que desperta nas crianças - elas têm uma forte identificaçao com o futuro - e a sua utilizaçao gera uma forte excitaçao. O smartphone atinge mais alunos e oferece uma estratégia adicional no ensino com o uso dos Recursos Educacionais Abertos (Rossini & Gonzalez, 2012);
4. Facilita ao aluno a busca de informaçoes: o baixo tempo de resposta e a vantagem da animaçao têm o seu verdadeiro poder de atraçao. Assim, o aluno é conduzido por um diálogo que o envolve mais profundamente em relaçao ao tópico do livro físico;
5. Mantém o aluno mais ativo nas atividades escolares, possibilitando mudanças de atitude em relaçao ao erro, à investigaçao e à atividade de soluçao de problemas: quando o software educativo é de boa qualidade, incluindo gráficos e sons, torna-se fácil envolver toda a classe, inclusive os alunos mais dispersivos;
6. Acompanha as aptidoes emergentes dos alunos: a interatividade e a cumplicidade entre aluno e smartphone que emerge durante o uso do aplicativo educativo possibilita ao aluno avançar dentro do conteúdo abordado pelo aplicativo, conforme seu ritmo e sua vontade cria um ambiente de aprendizado único;
7. Torna-se um laboratório experimental de infinitos recursos à aprendizagem exploratória: a diversidade de aplicaçoes que podem ser adquiridas e testadas através dos smartphones faz com que se implemente sem o aluno correr riscos. Os professores devem avaliar todas as experiências possíveis, visando objetivos de ensino.
2.3.Limitaçôes do Uso dos Smartphones na Escola
Os smartphones nao solucionarlo certamente todos os problemas do ensino. Eles podem muitas vezes nao clarificar o desejo do professor, mesmo com bons aplicativos, interfaces atrativas e conteúdos bem elaborados. Durante a segunda sessao, alguns professores apontaram seus pensamentos e desvantagens em relaçao ao uso dos smartphones, as quais estao relacionadas a seguir:
1. Diminui as habilidades de cálculo: seu maior atrativo está na facilidade e a grande capacidade computacional para executar e armazenar cálculos numéricos. Alguns educadores sentem-se temerosos quanto ao seu uso, pois entendem que os alunos nao desejarao desenvolver cálculos mental ou manualmente;
2. Nao tornam, como num passe de mágica, aulas mais coerentes que foram mal elaboradas: a boa utilizaçao dos recursos educacionais digitais e os objetivos a serem alcançados devem ser definidos pelos professores. Os softwares educativos, por melhores que sejam, nao sao os principais responsáveis por uma boa aula. Professores da área de humanas disseram que "...os professores têm muito mais capacidade de extrair e alcançar objetivos de ensino do que um programa holístico". Contudo, os professores reconhecem que os alunos se desdobram em redes sociais e se perdem no mundo virtual para buscar melhores exemplos em face de aulas comuns;
3. Nao possibilitam que as atividades na classe se tornam permanentemente produtivas: os professores devem decidir como, quando e de que forma estes aplicativos educativos se adaptam as necessidades curriculares e oferecer-lhes um caminho adicional para explorar novas ideias e informaçoes;
4. Nao diminuí as diferenças entre as classes sociais: no Brasil, em especial, as diferenças entre as classes sociais sao muito acentuadas. As escolas das elites têm recurso financeiro disponível para implantar modernos laboratórios de computaçao enquanto que as escolas mais pobres, principalmente as da rede pública de ensino, nao conseguem ter acesso a esta tecnologia, tornando as diferenças sociais, encontradas em nosso país, ainda maiores. Embora, já se acompanha uma reduçao na diferença entre classes pelo uso dos smartphones, alguns professores preferem ser neutros, utilizando quadro e giz;
5. Nao diminui a dispersao de concentraçao dos alunos pelo acesso a redes sociais: embora as redes sociais apresentem inúmeros atrativos, os educadores desta categoría acreditam que os alunos do ensino médio têm dificuldades em classificar as notícias impressionantes das notícias de conteúdo.
Abaixo, Cysneiros proferiu uma frase que se mantem atual no ensino público:
... se falta até giz na escola pública, para que se pensar em computadores? ... A escola particular de boa qualidade vem utilizando, há algum tempo novas tecnologias, salientando-se o uso de vídeo, o ensino introdutório de informática e até mesmo o uso do computador como auxiliar do professor, representando um elemento mais de discriminagäo entre a escola do povo e aquela das elites. (Cysneiros, 1990, p. 27)
Com a dificuldade em estimular o aluno com o método instrucionalista, muitos professores se apoiam em limitaçoes, responsabilizando o próprio método - um paradoxo conveniente. Vale ressaltar que, por exemplo, é possível contornar o problema da posse e acesso ao smartphone se ocorrerem atividades em grupo.
2.4.Resisténcias ao Uso dos Smartphones nas Escolas
Para Papert (1985), "... a escola é um notável exemplo de uma área que nao acompanhou o espantoso progresso de ciência e da tecnologia". Embora a citaçao recorde as dificuldades encontradas naquela época, houveram algumas mudanças oportunas na educaçao (Carvalho, 2015). Todavia a escola tem o dever de preparar os jovens para utilizar e conviver com a tecnologia, como voga a Paidéia. Os smartphones fazem parte deste processo. Para que sejam introduzidos nas salas de aula, sem que haja temerosidade por parte dos educadores e professores, faz-se necessária uma preparaçao cuidadosa, que deve ser formulada e discutida entre todos.
A utilizaçao da informática e da computabilidade pelas TICs na educaçao está relativamente ociosa, devido aos receios e preconceitos dos educadores. Durante as sessoes, alguns professores se sentiram assustados quanto à proposta do uso destes dispositivos "desconhecidos" e foram enfaticamente contra. Muitos educadores insistem em acreditar que qualquer ferramenta que chame a atençao dos alunos possa entao substituí-los - síndrome Teoria da Substituiçao - expressao cunhada por Tikhomirov et al. (2015). Para estes professores a reorganizaçao de papéis fere seus princípios conservadores e nao houve consenso sobre tornar o smartphone um instrumento sócio histórico e formador em substituiçao do quadro verde e giz.
Entre os educadores há duas correntes distintas: os conservadores e os inovadores. Os conservadores sentem-se pressionados e impoem sempre algum tipo de resistência as mudanças. Citam impedimentos a mudanças na educaçao, como custos, políticas, o imenso poder dos intéressés investidos pelos burocratas de escola ou a carencia de pesquisas científicas sobre novas formas de aprendizagem. Acreditam que os dispositivos computacionais nao passam de uma tecnologia discrepante e sofisticada, que nao os auxiliaría a solucionar os problemas educacionais. Felizmente, os professores inovadores revertem a situaçao apresentando evidências positivas para elaborar ambientes que trazem ótimos resultados educacionais, contrariando, muitas vezes, a filosofia educacional de legado proposta pelas suas instituiçôes de ensino.
A resistência às mudanças deve ser enfrentada com inteligência, (a) fazendo com que o smartphone nao seja o resultado de uma escolha imposta do alto escalao ou por alguém tecnicamente mais preparado, mas uma escolha ponderada por necessidade intrínseca de se avançar o conteúdo, decidida em reunioes de colegiado e núcleos docentes estruturantes, (b) evitando considerar o smartphone como máquina que tudo faz, nunca erra. Ele deve ter um lugar na aula, como um compasso, lápis e borracha, e seu uso deve ser estimulado nos limites aconselháveis, nunca além, (c) evitando considerá-lo como substituto do professor e (d) aceitando que nao precisa ser especialista em hardware, software ou telecomunicaçoes para trabalhar com o smartphone.
Os professores que se opoe a mudanças, passado o impacto inicial, compreenderam que os recursos tecnológicos, se utilizados de maneira a esclarecer o conteúdo abrangido em sala servirá como ferramenta de suporte ao ensino do aluno, nao os deixam esquecidos ou ultrapassados, e serao lembrados pelos alunos como desbravadores de um universo pouco explorado e que preza pela velocidade da informaçao.
Toda a tecnologia introduzida no ámbito da educaçao nao pode encarar a educaçao como simples material didático complementar e sofrer um tratamento tecnológico. Pelo contrário, é a tecnologia que deve sofrer um tratamento educacional.
2.5.Atualizaçâo dos Professores e a Telemática
A pouca familiaridade com a tecnologia pode ser um dos problemas enfrentados pelos professores. Considerando que o desenvolvimento da telemática abriu possibilidades às novas formas de fusao entre tecnologia, avanços na informática e educaçao, e que a tecnologia é uma condiçao sine qua non para ensino extra-aula, o professor deve se perceber e acreditar como agente histórico de transformaçoes do aluno. Portanto, é fundamental que o professor e a equipe escolar em que ele está inserido tenha conhecimento sobre as possibilidades dos recursos tecnológicos e incorporaçao da telemática aos processos educacionais, para utilizá-las como instrumento de aprendizagem.
Durante as entrevistas, todos professores confessaram que "...estamos um pouco receosos..." diante daquilo que obtiveram pouco ou nenhum estudo técnico em sua formaçao académica. É preciso que, ao introduzir os recursos informáticos nas escolas pela primeira vez, seja considerado a formaçao ou a atualizaçâo dos docentes. Isto os permite elaborar métodos de ensino para inserir e aproveitar esta nova tecnologia. Com o advento da micro e nano informática e TICs, o acesso aos smartphones popularizouse. As pessoas, mesmo sem conhecimentos específicos, passaram a utilizar este recurso. Atualmente, existem inúmeros aplicativos disponíveis de fácil utilizaçao, de modo que nenhum professor deve sentir-se intimidado ou receoso pela tecnologia.
Neste contexto, a atualizaçâo dos professores obedece as regras da teoría geral dos sistemas (TGS), que contém em seu sistema as características da interatividade quando se diz que a troca de energia afeta seus sistemas-membros vizinhos (ou alunos, colegas e sociedade) de forma gradativa, consoante o fator interno construído, podendo evoluirse dentro deste processo robusto. Para a TIC, este esquema de aprendizagem, também abrangido pela TGS, obedece naturalmente um processo social de um curso com estratégias metodológicas que indicam a estrutura básica do seu conteúdo programático, a dinámica a ser adotada e a descriçâo dos métodos de avaliaçâo.
Portanto, o uso de aplicativos homologados pelo colegiado e o uso de certos recursos didáticos tais como, a distribuiçâo de tempo, de espaço, a interatividade, o local e a definiçao de um critério de avaliaçao devem ser trabalhados para a elaboraçao do conteúdo programático que depende das particularidades dos alunos, sendo este o objeto principal do professor. Assim, o desenvolvimento que busca a prática do aluno com a supervisâo "ser presente" do docente deve estar voltado às interrelaçoes interativas e iterativas entre seus pares. Isso implica a elaboraçao de uma comunidade virtual de aprendizagem e a atribuiçâo de um tutor, podendo ser o tutor aquele aluno que melhor se destacar nas atividades sugeridas. Ferramentas como Telegram© permitem estimular outros alunos para criaçâo de grupos, chats e apoio em tempo-real, pois é importante face a abordagem impar de conteúdos específicos de aprendizagem.
Os professores delinearam alguns objetivos primários para a atualizaçâo em sua formaçao, tais como (a) verificar a introduçao da informática na escola, (b) replanear os objetivos, os métodos e os conteúdos de sala e mesclar com as experiências tecnológicas dos alunos para implementar novos métodos de avaliaçao e (c) proporcionar aos professores a capacitaçao técnica elementar, sem querer formar especialistas.
A informática é um dos ramos da atividade humana que mais evolui atualmente. A dificuldade apontada pelos professores está em sair de sua rotina quadro e giz, para uma constante atualizaçâo...". Para o professor - pedagogo ou andragogo - a utilizaçâo de um dispositivo computacional deve resultar de uma escolha baseada no público alvo e no conhecimento das possibilidades oferecidas pelo artefacto. Todos os educadores foram unánimes em dizer "O primeiro passo na atualizaçâo da educaçâo deve ser dado na área da informática." e "... é preciso que se tenha um conhecimento mínimo do que é a informática, do que ela é capaz de fazer e quais sâo as suas limitaçoes, senâo corre-se o risco de esperar que o computador realize coisas totalmente impossíveis, e aí vem a frustraçâo."
A atualizaçâo pode ser realizada através de cursos de formaçâo presencial ou à distáncia, leitura de revistas e livros de informática. Também as experiências já realizadas, inclusive as estrangeiras, devem ser analisadas. O professor deve, a partir de experiências já realizadas, iniciar apontamentos e experimentaçoes próprias, avançar em seus objetivos pedagógicos e avaliar os seus resultados.
Os professores apontaram algumas sugestoes para, inicialmente, ajudar seus colegas a desmistificar o uso do smartphone, tais como (a) familiarizar-se com estratégias de interaçao (gamificaçao) em alguma atividade, (b) utilizar-se de um determinado aplicativo em uma aula e que este sirva como interdisciplinar, (c) nâo apresentar a soluçâo aos alunos de imediato - deixar que eles mesmos a descubram e (d) dar aos alunos a oportunidade para trabalhar individualmente ou em grupo e experimentar os diversos recursos oferecidos pelo aplicativo.
A desmistificaçao do smartphone se distingue por três características. A primeira nao solicita prévio conhecimento do computador desktop ou laptop, pois já nao é mais um instrumento inédito, tendo inúmeras aplicaçoes didáticas já conhecidas e validadas. A segunda apresenta-o como um instrumento potente, capaz de satisfazer as exigências mais variadas. Por fim, a terceira cita-o como um instrumento disponível a ser preenchido por conteúdos diferentes e capaz de estimular novas ideias.
Apresentadas estas três características, alguns professores se propuseram explorar suas próprias fraquezas, envolvendo o smartphone como ferramenta para aplicar o tema "pensamento computational" em sala de aula. Passado o medo inicial da introduçao dos smartphones nas aulas, eles podem avaliar e colocar em prática suas ideias e realizar novas experiências, valendo-se de um recurso poderoso e com muitas possibilidades de uso. Os professores devem ser capazes de avaliar estes recursos e decidir os que melhor se aplicam a sua realidade e se encaixam dentro do seu projeto pedagógico.
3. Consideraçao Fináis
As TICs influenciam diretamente os métodos educacionais pela adiçao de recursos educacionais digitais que implicam em repensar o ensino, a aquisiçao e transferencia do conhecimento e o processo ensino-aprendizagem para uma compatibilidade construtiva socio-interacionalista, na qual os alunos criam, exploram, e integram conhecimento. Repensar o ambiente educacional e seu processo de aprendizagem com smartphones a favor do ensino e educaçao é uma tarefa politico-pedagógica.
Smartphones nao devem ser vistos como os "salvadores" do ensino. Contudo, devem ser utilizados racionalmente visando a modernizaçao e diversificaçao dos métodos educacionais. O uso dos smartphones nas escolas deve ser planejado e inserido na interdisciplinaridade, nao apenas pela direçao escolar. Belloni (1999) diz que "tecnologia é um conjunto de discursos, práticas, valores e efeitos sociais ligados a uma técnica particular num campo particular" e se as TICs estao para auxiliar o professor nas técnicas de ensino-aprendizagem, portanto o professor assume o papel de supervisor em apontar qual recurso deve, quando e como utilizar.
Para que a informática penetre na escola e os alunos nao se intitulem "sobreviventes" num meio o qual nao lhes pertencem, é preciso que exista uma equipe de professores motivados, capazes de dedicar tempo ao projeto pedagógico e dispor de meios para adquirir e testar aplicativos. Esta equipe de educadores, intitulada "Diretoria de Inovaçao e Tecnologia Didática", deve organizar-se para elaborar um projeto educativo, eficientemente interdisciplinar e otimizado. Estamos hoje em um ponto da história da educaçao onde a mudança radical está diretamente vinculada ao uso de dispositivos pessoais eletrônicos e o correto uso das TICs.
A informática na educaçao pode trazer inúmeros beneficios para o processo de ensinoaprendizagem, desde que o projeto tenha embasamento pedagógico e integre todas as áreas e todos os professores da escola. O smartphone deve ser um recurso adicional, nao imposto pela sociedade e apelos de marketing. O professor deve lembrar que as ideias nao saem do aparato tecnológico, mas de um projeto educativo global. Máquina nao é a finalidade, é o artefacto para se alcançar objetivos pré-estabelecidos.
Agradecimentos
Projeto parcialmente financiado com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundaçao de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (UnilesteMG). Também a Fundaçao Araucária, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI-PR), ao Governo do Estado do Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR - Francisco Beltrao, pelo apoio financeiro recebido para viabilizar esta participaçao e à FCT - Fundaçao para a Ciência e a Tecnologia de Portugal, Projeto PEst-UID/CEC/00027/2015.
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4,6Departamento Académico de Matemática, Universidade de Tecnológica Federal do Paraná UTFPR - Campus Fco. Beltrâo/PR, 85601-970, Brasil.
5Laboratório Interdisciplinar de Formaçâo de Educadores (LIFE), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza/PR, CEP 89802-112, Brasil
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